22/08/2013 – 19h17
Para ex-ministro, Agricultura precisa resolver gargalos
Rio, 22 – Para assumir posição de destaque numa estratégia global de segurança alimentar, o Brasil precisa resolver quatro grandes gargalos para a agropecuária nacional, na visão do coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O mais importante gargalo é institucional, relacionado ao fato de o Ministério da Agricultura não ter ingerência sobre todos os gargalos do setor.
“O ministério tem técnicos muito bons para desenvolver a política agrícola, mas os instrumentos não estão lá”, comentou nesta quinta-feira, 22, após palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2013), no Rio.
Os outros gargalos são a deficiência da infraestrutura logística, o pouco acesso a mercados internacionais pela falta de acordos bilaterais e a falta de uma “política de rendas” mais robusta, com seguro rural mais abrangente.
Rodrigues comemorou o fato de o programa de concessões abrir um caminho para solucionar o gargalo logístico, mas lembrou que “o problema é tirar o programa do papel”. “É tamanha a demanda que a expectativa é terminar tudo apenas no fim da década”, completou.
O ex-ministro destacou ainda que a alta do dólar poderá ser benéfica para os exportadores agrícolas, compensando a queda nas cotações internacionais de commodities. No curto prazo, porém, Rodrigues lembrou o aumento dos custos. “Cerca de 80% dos insumos são importados”, afirmou, citando defensivos agrícolas, máquinas e equipamentos e adubos como exemplos. Essa elevação tende a ser repassada para os preços internos dos alimentos, pressionando a inflação no curto prazo.
Fonte: Agência Estado