A estiagem que atingiu o Paraná diminuiu, mas prejudicou também o café. A secretaria de Agricultura vai fazer um levantamento de perdas somente em julho, mas já é possível perceber a granação irregular por falta de chuva em algumas áreas. O Estado, que foi o maior produtor nacional nos anos 50 e 60, recorre, agora, à irrigação para salvar os 97,3 mil hectares que restam com a cultura.
Segundo reportagem do Canal Rural, de autoria da jornalista Katia Baggio, em uma das fazendas de Itaguajé, no norte do Paraná, apesar do terreno argiloso e da pouca chuva que caiu nos últimos meses, os pés de café estão saudáveis e em plena produção. O motivo é uma rede quase invisível de canos, que irriga a raiz das plantas. Esta é a segunda colheita com a lavoura de 20 hectares irrigada. O investimento de R$ 73 mil no sistema foi pago à vista, na primeira colheita.
A irrigação, que é aspecto determinante da sobrevivência do café no cerrado brasileiro, de uns três anos para cá também passou a ser considerada a salvação da lavoura cafeeira paranaense. A técnica é um exemplo concreto de conseqüência das mudanças climáticas globais e de como o produtor tem que se adaptar se quiser permanecer na atividade.
Mesmo sem uma pesquisa formal sobre o assunto, o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) atesta que, na prática, a cafeicultura precisa de alternativas para a falta de chuva. Para medir o nível de umidade do solo, os produtores utilizam um aparelho chamado tensiômetro. Uma haste é enterrada na mesma profundidade da raiz e fica ligada ao painel. Se o ponteiro sobe, é sinal de que falta água e que é preciso aumentar o volume de irrigação.
No entanto, ainda conforme a matéria do Canal Rural, o sucesso da lavoura de café também depende das boas práticas na agricultura, como preparar bem o solo, escolher a variedade adequada para a região e fazer o controle de pragas e doenças.