“Desnecessário e realizado sem o conhecimento dos interessados”, assim se manifestou o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federal Carlos Melles, a respeito do leilão dos estoques públicos realizado ontem, 20 de fevereiro.
Segundo ele, o mais preocupante é que o produto ofertado, obtido pelo lançamento dos contratos de Opções de Venda ao Governo Federal, em 2003, tem qualidade para exportação e poderia ter sido vendido pelo valor atual de mercado. O preço máximo registrado no pregão foi de R$ 233,33 por saca (60 kg), ao passo que, conforme o parlamentar, o mercado paga em torno de R$ 250 a R$ 260 a saca.
Melles alertou que esta foi mais uma “evidente falta de controle da política agrícola” por parte do Governo, que, ao longo dos últimos anos, vendeu os estoques públicos de café a preços abaixo do custo de produção. “O governo está gerando prejuízo ao produtor”, disse o deputado, que concluiu lembrando que o leilão não deveria ser realizado, já que não foi levado à discussão e, consequentemente, não foi aprovado no âmbito do CDPC (Conselho Deliberativo da Política do Café).