Para avançar, ICE depende de melhora no mercado financeiro

29 de outubro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: AGENCIA ESTADO

São Paulo, 29 – Os contratos futuros de café arábica da Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram ontem um lampejo de melhora, acompanhando o bom humor do mercado acionário ao redor do planeta. No fim da sessão, porém, os preços perderam força, encerrando em baixa pela sétima sessão consecutiva, base dezembro. Os demais contratos subiram levemente.


Dezembro, o mais líquido, fechou em queda 0,05% (5 pontos), a 107,70 cents. O mercado operou no terreno positivo ao longo de boa parte da sessão. A máxima bateu 315 pontos, a 110,90 cents. A mínima foi de 75 pontos, a 107 cents. O estoque certificado na ICE reduziu ontem 8.106 sacas de 60 kg, para 4.629.222 sacas.


O mercado de café ensaiou uma recuperação técnica. Os mercados acionários também iam nessa mesma toada, já que nenhuma informação relevante sugeria movimento alta. A perspectiva de recessão global, no entanto, continua a rondar pelos mercados. No fim da manhã, novos dados macroeconômicos negativos dos EUA trouxeram os operadores de volta à realidade.


A desalavancagem dos fundos de investimento prossegue no segmento de commodities, com conseqüente encolhimento desses mercados. O vice-presidente, Rodrigo Costa, da Newedge Group, considera, no entanto, que um fechamento acima de 110,40 cents, base dezembro, provavelmente irá desencorajar fundos de investimento a adicionar posições vendidas. Ordens automáticas de compras podem ser acionadas ao redor de 115 cents.


O dólar também tem de dar alguma contribuição, como na manhã de ontem, quando operava em queda em relação a outras moedas. A queda do dólar favorece o mercado de commodities. Um certo alívio é aguardado com a esperada diminuição de 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros da economia dos EUA pelo Federal Reserve (FED), que encerra hoje reunião de dois dias. Juros mais baixos implicam dólar mais fraco.


Mercado físico lento


A queda do dólar em relação ao real e os baixos preços no mercado futuro dificultam as vendas físicas de café. Segundo um corretor de Santos (SP), o mercado está esvaziado. Poucos compradores estão na praça, acrescenta.


O Banco Central voltou a vender dólares ontem, pressionando a cotação da moeda. O dólar acabou fechando em baixa de 2,6%, a R$ 2,1850. Os contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York ensaiaram recuperação pela manhã, mas no fim da sessão fecharam praticamente estáveis.


O comentário na praça de Santos é que a Unicafé teria comprado café tipo 6, bebida dura para melhor, com 15% de catação, a R$ 248/R$ 249 a saca de 60 kg. Outros compradores sugeriam preços mais baixos. A Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas (Cocatrel), no sul de Minas, teria vendido café tipo 6, com 15% de catação, a R$ 253 a saca, mas não houve confirmação do negócio. O valor é maior do que o pago pela Unicafé porque o lote seria grande.


Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que novas floradas devem abrir nas lavouras de arábica nas próximas semanas, favorecidas pelo clima. A primeira florada abriu entre o fim de setembro e o início de outubro. Segundo a Climatempo, chuvas são previstas nos próximos dias nas áreas produtoras de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Até o fim de semana, o volume pluviométrico deve variar entre 10 e 30 mm nessas regiões.


Na BM&F de São Paulo, os contratos futuros de arábica tiveram fechamento misto. Dezembro encerrou em baixa de 0,05, a US$ 124,50 (menos 8,40 dólares na semana). Março/09 subiu 0,20, a US$ 130,70 (menos 7,55 dólares na semana).


Levantamento preliminar do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que os embarques de grãos verdes em outubro, até ontem, alcançavam 2.121.107 sacas, em alta de 8,8%, em relação ao observado no mesmo período do mês anterior. Em setembro foram embarcadas 2.653.913 sacas.


Este mês, até ontem, foram emitidos certificados de origem de 2.567.023 sacas, resultado 15,5% maior em comparação com o mesmo período do mês anterior.
 

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