O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse hoje em Londres que o dado negativo divulgado pelo IBGE sobre o PIB, mostrando queda de 1,2% no terceiro trimestre, está correto. Ele também admitiu que o resultado anual do Produto Interno Bruto pode ficar ab
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse hoje em Londres que o dado negativo divulgado pelo IBGE sobre o PIB, mostrando queda de 1,2% no terceiro trimestre, está correto. Ele também admitiu que o resultado anual do Produto Interno Bruto pode ficar abaixo da última projeção do governo, de 3,4%.
Palocci afirmou que não há razão para que seja criticada a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para a aferição do PIB. Membros da cúpula do Banco Central criticaram o trabalho do IBGE, colocando em dúvida a metodologia da instituição, informou hoje o jornal Folha de S.Paulo. O comentário de Palocci desautoriza essa versão.
Para ele, a culpa é do café: “A cada dois anos você tem uma queda do PIB da agricultura no terceiro trimestre, devido à lavoura do café”, disse Palocci. Para ele, trata-se de uma peculiaridade da metodologia do IBGE, e não um erro.
O ministro, no entanto, previu uma recuperação no quarto trimestre e descartou a necessidade de mudanças na política monetária – mas preferiu não fazer uma nova previsão para o PIB anual.
O Banco Central vem sendo pressionado a aumentar o ritmo de queda dos juros – os dois últimos cortes foram de 0,50 ponto percentual.
Muitos analistas do mercado, no entanto, acreditam que a autoridade monetária continuará cautelosa já que em sua última ata ressaltou que irá continuar acompanhando de perto a inflação, que em outubro acelerou mais que o esperado.
“A intensidade da política (monetária) é um debate legítimo. Mas eu não diria que a queda do PIB em um trimestre seria um indicador de que a política deva mudar”, disse Palocci.
Alguns economistas acreditam em uma redução maior em janeiro, dependendo dos próximos indicadores de inflação e de atividade.
Palocci disse ainda ver sinais de retomada no final do ano. “Há algumas indicações de melhora no quarto trimestre”, afirmou.
O ministro afirmou também que a apreciação do real não deve ser vista como um fator negativo para a economia. Alguns setores se beneficiam mais que outros da valorização, “mas no geral há uma perspectiva positiva”, afirmou.
Palocci está em Londres para participar amanhã da reunião do grupo dos sete países mais ricos e industrializados do mundo (G-7). Representantes da China, Índia e África do Sul também foram convidados para o encontro.