Países querem fundo para distribuir a riqueza vinda das commodities

Publicação: 11/05/07

11 de maio de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: DCI

Criar um fundo internacional para incentivar a diversificação das exportações e financiar pequenos agricultores nos países em desenvolvimento. Estas foram as principais sugestões do Common Fund for Commodities (CFC), ou Fundo Comum para Commodities, que organizou um encontro com representantes de mais de 60 países em Brasília para discutir a fome e a produção de commodities, com destaque para o etanol como solução para o problema gerado pela monocultura nos países mais pobres.


“A idéia é sensibilizar os países ricos e estabilizados a fornecer recursos que possam ser repassados aos países mais pobres. Com esse dinheiro, queremos trazer tecnologia e dar competitividade a esses produtores. Principalmente, ajudá-los a processar seus produtos para conseguir adicionar valor agregado”, destacou Hardi Vieira, economista de desenvolvimento do CFC. “Em muitos países da África, mais de 80% do valor das exportações vêm da venda de apenas uma commodity. E é com esse dinheiro que eles investem em educação e saúde: é muito pouco”, completou ele.


Uma das principais sugestões do Fórum foi utilizar a cana-de-açúcar como produção alternativa, principalmente com a crescente demanda pelo álcool combustível. “Fizemos esse encontro aqui para que todos possam ver o Brasil como um caso de sucesso”, explicou Vieira. “O governo brasileiro tem uma política clara de ajudar alguns países a produzir etanol, até mesmo como estratégia para suprir o aumento da demanda internacional. Vamos fazer isso nos países mais pobres”, completou.


O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, concordou com a proposta. Para ele, na medida em que Estados Unidos, Europa e Japão adotem o etanol na sua matriz energética, um grande mercado vai se abrir para a comercialização do combustível. “Para a maior parte dos participantes do evento, a produção de etanol pode significar a abertura de uma janela para o crescimento”, destacou o ministro, referindo-se aos países em desenvolvimento.


O evento do CFC pretende inserir na agenda dos organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), a questão da produção e comercialização de commodities. De acordo com dados do CFC, mais de um terço da humanidade ganha a vida com produtos agrícolas, mas os ganhos com as exportações desses produtos são desiguais e não se traduzem em redução de pobreza.

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