Países em desenvolvimento pedem suspensão de subsídios agrícolas

18 de outubro de 2005 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: EFE


Roma, 17 out (EFE).- Presidentes de países em desenvolvimento pediram hoje a supressão ou redução drástica dos subsídios agrícolas praticados pelo 1º mundo na Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), de forma a todos possam tirar proveito dos benefícios do comércio internacional.

Os líderes de sete países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, entre eles Brasil, Venezuela, Paraguai e Zimbábue, aproveitaram sua participação no 60º aniversário da criação da FAO para reiterar sua oposição aos subsídios agrícolas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou que o montante dos subsídios agrícolas dos países ricos equivale “a seis vezes o valor anual adicional necessário para viabilizar o cumprimento dos Objetivos do Milênio”, entre os quais figuram a redução da fome e da pobreza extrema à metade até 2015.

Os países-membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) tentam avançar nas negociações para finalizar com sucesso a rodada do Desenvolvimento de Doha, para a liberalização do comércio, na qual uma etapa fundamental será a conferência ministerial que acontecerá em dezembro em Hong Kong.

Lula considerou que “o fim dos subsídios agrícolas é, sem dúvida alguma, a chave para o êxito da Rodada de Doha”.

Embora a União Européia e Estados Unidos tenham se mostrado dispostos a reduzir o volume de seus subsídios à exportação de produtos agrícolas, o presidente brasileiro considerou que os volumes anunciados não são suficientes.

“Trata-se de um gesto de boa vontade que deve ser levado em conta”, ponderou Lula.

Enquanto o orçamento da FAO, em sua luta contra a fome, não chega aos US$ 900 milhões anuais, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que os subsídios agrícolas dos países desenvolvidos alcançam US$ 1 bilhão por dia.

Chávez denunciou ainda que, devido ao protecionismo e às subvenções agrícolas, as nações em desenvolvimento perdem a cada ano US$ 24 bilhões.

Entre os presentes à conferência da FAO, estava o presidente do país anfitrião, Carlo Azeglio Ciampi, que fez uma chamada, em relação à reunião de Hong Kong, para que os bens e, em particular, os produtos agrícolas dos países em desenvolvimento possam ter livre acesso aos mercados das nações industrializadas.

Ciampi lembrou que, segundo a avaliação do Banco Mundial, o sucesso da rodada do Desenvolvimento de Doha permitiria tirar 100 milhões de pessoas da pobreza.

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