O atual momento da cotação do café não é de uma pressão altista. Pelo contrário, segundo o analista Gil Barabach. Em dezembro, quando os preços ainda estavam positivos, muitos produtores apostaram na continuidade da elevação. Eles passaram a represar a venda aguardando mais aumentos, o que não aconteceu.
Por outro lado, a expectativa de safra brasileira menor já foi assimilada pelo mercado (para a formação de preços). A estimativa do IBGE é de que o País produzirá 36 milhões de sacas, resultado 14% maior do que o balanço da Conab.
Além da realização de lucros dos fundos no primeiro trimestre, que afetaram o café, devido ao represamento por parte dos produtores e à produção acima do esperado, o mercado trabalha com um cenário de excesso de oferta. Isso reduz as expectativas de recuperação dos preços da commodity.
Nem mesmo o tempo deverá colaborar para a alta dos preços. De acordo com ele, o fenômeno El Niño não pesará muito, assim como ocorrerão poucas chuvas até junho em Rondônia e Espírito Santo, com calor ainda este mês em Minas Gerais, Bahia e também Espírito Santo.
‘‘O inverno será ameno, igual ao do ano passado’’, afirma ele. Mas, entre maio e junho, as temperaturas oscilarão muito, com duas massas de frio por mês sem geadas. Em julho, são esperadas várias massas frias moderadas, com uma possível geada na segunda semana. Agosto não terá queda de temperatura intensa, sendo seguido por uma primavera com poucas chuvas, dentro da normalidade.
Conforme as cotações divulgadas na sexta-feira pelo Escritório Carvalhaes, em Nova Iorque, os contratos de café para julho estavam em US$ 111,80, para setembro, US$ 114,60, para dezembro, US$ 118,25, e para maio de 2008, US$ 121,70.