Oscilação das commodities perderá força, diz Bunge

14 de outubro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: VALOR ECONÔMICO

De São Paulo 14/10/2008


Os efeitos da crise econômica devem perdurar por pelo menos mais 12 meses, mas a grande oscilação dos preços das commodities agrícolas tende a perder força em pouco tempo, avalia Sérgio Waldrich, presidente da Bunge Alimentos. Mesmo que a turbulência deva reduzir seu ímpeto nas próximas semanas, a projeção de cenários econômicos para o próximo ano permanece míope. “Previsão para 2009, só mesmo em 2009”, disse ontem.


Por conta da falta de liquidez da maioria das empresas, afirma o executivo, o mundo “continuará a consumir seus estoques”, o que deverá manter os estoques globais “ainda baixos”. “O mercado continua temeroso e vai continuar a atuar com cautela, mas em breve deve chegar ao fim essa grande volatilidade”, afirmou Waldrich em evento na Bunge.


Presidente de uma das principais companhias do agronegócio do mundo, o executivo acredita que, passada a “irracionalidade” dos preços das commodities, em grande parte infladas pela atuação dos fundos especulativos nos mercados futuros agrícolas, o mundo levará “pelo menos um ano” para se recuperar dos estragos causados pela acentuada oscilação das cotações das commodities registrada nessas últimas semanas.


Com a liquidação de contratos pelos especuladores, o mercado deverá “voltar, em pouco tempo, à estabilidade”. “Temos que ser otimistas”, diz ele. “A ação dos governos, dos bancos centrais, tem sido dada com toda a série de medidas de contenção da crise. As mensagens que precisavam ser dadas estão chegando. Resta saber se a mensagem que está sendo dada é suficiente”.


As projeções de preços tornaram-se inviáveis devido à seqüência de saltos e tombos em seqüência, mas, para os produtores, “o ideal”, acredita o executivo”, seria a comercialização da soja entre US$ 12 e US$ 14 por bushel. “Foi com esse preço que os produtores compuseram seus custos”. Por conta do aumento dos custos, que levou à redução da base tecnológica nas lavouras, a safra 2008/09 não deve crescer em relação à anterior, avalia Waldrich.(PC)


 

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