“O café preocupa mais”, observou. Segundo ele, os preços do produto estão há cerca de seis anos sem alteração e 360 mil propriedades e dois milhões de trabalhadores dependem da atividade. Stephanes disse que a cafeicultura é o sétimo setor, em termos de número de demissões, totalizando perda de cerca de 4 mil trabalhadores no ano passado.
Medidas
O ministro comentou que algumas soluções deverão ser anunciadas nas próximas semanas, para atenuar as perdas dos produtores. Cinco medidas estariam decididas. Outras não chegaram a um consenso entre o Ministério da Agricultura e a áreas econômica do governo. Stephanes relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião realizada ontem, tomou conhecimento das decisões e “convocou uma reunião para a próxima semana”.
Stephanes informou que este ano já foram realizadas três reuniões ministeriais, além de oito a nove reuniões entre técnicos do governo, “para ver o que é possível fazer na cafeicultura”. De acordo com ele, o problema do café “é estrutural”. “O desequilíbrio não é momentâneo, provocado pela crise, vem de alguns anos”. Segundo ele, o custo operacional de produção, sem depreciação, seria de R$ 270/R$ 280 a saca de 60 quilos, “embora o produtor considere que seja maior”. O valor da saca no mercado estaria entre R$ 250/R$ 260 a saca.
DESEMPENHO O levantamento mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deste mês, indicou que a produção em Minas Gerais deverá ficar entre 17,9 milhões e 18,8 milhões de sacas de café beneficiado, representando queda de 20% em relação à safra anterior (23,5 milhões de sacas). Em área estimada em 1,007 milhão de hectares, houve retração média de 4%, comparad a temporada passada (1,048 milhão de hectares).
Nas regiões Sul e Centro-Oeste de Minas, a área de plantio diminuiu quase 7% devido à adoção de práticas de podas e erradicação da lavoura. Os cafeicultores do estado contribuíram com cerca de 49% da produção nacional, que deverá colher este ano (ciclo de produção baixa) entre 36,9 e 38,8 milhões de sacas de café, em 2,122 mil hectares.