Os centros da Apex no exterior

14 de dezembro de 2005 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: Antonio Pietrobelli








Uma iniciativa tomada há pouco mais de dois anos — a instalação de centros de distribuição de produtos brasileiros no exterior, nas cidades de Miami (EUA) e Dubai (Emirados Árabes) — será estendida para outros sete países a partir do próximo ano. Tidos como sucesso absoluto pelo governo brasileiro, os centros beneficiam, especialmente, os pequenos e médios empresários, que formam longas filas à espera de uma vaga.



A permanência é temporária, só dura 18 meses, tempo considerado suficiente para que o empreendedor faça contatos e se instale no país. Ao contrário do que ocorre com as grandes operações de comércio exterior, o alvo não são os grandes importadores (como as tradings ), mas o consumidor final.



— Nosso grande alvo é o mercado varejista. Por esse mecanismo, podemos inserir milhares de empresas brasileiras no exterior — afirma o presidente da Agência de Promoção das Exportações (Apex), Juan Quirós.



Ele espera inaugurar, ainda no primeiro semestre de 2006, centros de distribuição em Frankfurt (Alemanha) e Lisboa (Portugal). Estão em negociação a instalação de centros em Xangai (China), Joannesburgo (África do Sul), além de Polônia (para atender ao Leste Europeu), Rússia e Finlândia.



Existem, em Miami, 87 empresas usuárias, além de outras cem em lista de espera. Os beneficiados ocupam uma área de mil metros quadrados que inclui depósitos, escritórios e salas de reunião para encontros com compradores.



Ele destaca que os centros são os mais novos instrumentos de apoio às exportações. O objetivo é reduzir a distância entre exportadores brasileiros e os clientes no exterior. É também uma forma de internacionalizar as pequenas e médias empresas que precisam de apoio para terem uma subsidiárias no exterior.

Rodada Doha

A 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que será realizada entre os dias 13 a 18 de dezembro em Hong Kong, é mais uma oportunidade para destravar as negociações da Rodada Doha, lançada em 2001, e aumentar a participação do Brasil no comércio internacional.

Os países em desenvolvimento, como o Brasil, defendem o fim de subsídios agrícolas adotados pelos países desenvolvidos. Em contrapartida, estão dispostos a discutir a abertura de outros setores. A indústria brasileira admite um corte de 50% nas tarifas consolidadas, mas quer ganhar tempo para aumentar a competitividade de produtos sensíveis. 

Vendas do agronegócio

As exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 39,936 bilhões de janeiro a novembro de 2005. O resultado é cerca de US$ 900 milhões – ou 10,8% – acima do valor exportado durante todo o ano passado. Nesses 11 primeiros meses, as importações totalizaram US$ 4,652 bilhões, um crescimento de 4,3% em relação ao mesmo período de 2004. Com esses números, o superávit do setor alcançou a marca de US$ 35,284 bilhões. Somente no mês passado, as exportações do setor somaram US$ 3,723 bilhões, ocasionando um superávit de US$ 3,261 bilhões. Esses números representam um aumento de 24,8% em comparação com igual período de 2004.

Exportações de carne suína

O faturamento de exportações de carne suína cresceu 56,5% e somou US$ 1,087 bilhão de dólares no período de janeiro e a novembro deste ano, em comparação com os mesmos valores acumulados em igual período do ano passado. Os embarques em volume cresceram 25% no mesmo período, com total de 580.956 toneladas. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carnes Suínas (Abipecs).

Em comunicado assinado por seu presidente, Pedro de Camargo Neto, a Abipecs destaca que, de outubro para novembro, os embarques e o faturamento caíram em razão “da greve dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, deflagrada entre os dias 7 e 24 de novembro”. Os embarques baixaram de 65.509 toneladas em outubro para 41.782 toneladas em novembro e as receitas de US$ 121, 8 milhões para US$ 77,6 milhões. Essa queda, porém, não alterou o panorama superlativo do setor no ano.

Soja do Paraná



O Porto de Paranaguá registra aumento nas exportações de soja. No acumulado deste ano, foram embarcadas 5.198.523 toneladas do grão contra 5.058.291 toneladas em igual período no ano passado.  

Para países árabes

As exportações brasileiras para os países árabes cresceram quase 30% em novembro sobre o mesmo mês do ano passado. O Brasil faturou US$ 441 milhões com vendas para a região, US$ 99,9 milhões a mais do que em novembro de 2004. Entre janeiro e novembro as exportações já batem na casa dos US$ 4,7 bilhões, US$ 1 bilhão a mais do que no mesmo período do ano passado. O crescimento alcança 27,8% no ano.

A corrente de comércio de janeiro a novembro ultrapassou em US$ 2,1 bilhões os números do mesmo período do ano passado. Ou seja, a soma das exportações e importações entre o mundo árabe e o Brasil está em US$ 9,7 bilhões contra US$ 7,4 bilhões dos mesmos meses de 2004. “Estamos bem perto de atingir a meta de US$ 10,5 bilhões”, diz o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr.

A Câmara Árabe projeta um crescimento de 20% para as exportações para o ano, mas, de acordo com Sarkis, há possibilidade de chegar aos 25%.


Antonio Pietrobelli é editor do site ExportNews – www.exportnews.com.br

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