Escrito por Paulo André (PA) às 14h20
O presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), Gilson Ximenes, classificou o leilão dos estoques públicos de café, realizado ontem, como uma atitude de indiferença frente à situação financeira da cafeicultura e ao bem-estar social das famílias que trabalham na atividade. “Esse leilão pode provocar um ‘efeito psicológico’ negativo, trazendo descrédito às informações de baixa oferta”.
Ontem, o Governo Federal, por intermédio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), realizou um leilão dos estoques públicos de café, adquiridos através dos contratos de Opções Públicas de Venda lançados em 2003. Das 78.365 sacas de 60 kg postas em oferta, foram arrematados 90,05%, ou 70.567 sacas. O preço de abertura foi de R$ 225 a saca, o lance máximo foi de R$ 233,33, de forma que o valor médio pago pela saca ficou em R$ 227,38, conforme dados da Companhia.
“Um produto com qualidade para exportação (tipo 6, bebida dura para melhor) acabou sem comercializado por um valor máximo de R$ 233 a saca, ao passo que poderia ter sido vendido pelo preço atual do mercado, em torno de R$ 260, uma vez que este café não se depreciou”, argumentou Ximenes, que concluiu alegando que “a realização desse leilão foi um absurdo e demonstrou a falta de direção política para o setor”.