OPINIÃO – Quem procura acha…

28 de outubro de 2008 | Sem comentários Mais Café Opinião


Agricultura, retratada por culturas anuais ou perenes, com suas dificuldades reais e constantes.

 A falta de teto cria a exposição aos riscos; o preço das commodities é composto a critério da especulação e com menor influência pela demanda; produtos, insumos e fertilizantes ofertados a preços espetaculosos e criados ao gosto e prazer dos oligopólios e raramente em função dos custos produtivos, inerentes ao processo industrial.

O lucro é estabelecido pela ganância e não pela concorrência, a qual não existe, ou existindo, se curva a pressões ou interesses pessoais e mesquinhos.

É uma desordem total…

Tudo parece estar contra e nada a favor do produtor, mas está na hora de recompor aproveitando a atual crise como fundamento para uma mudança de hábitos e comportamentos.
Temos sérias dúvidas se o produtor produz alimentos ou se é o próprio alimento.

Analisando pelo aspecto financeiro e econômico, comporta-se como o alimento básico, servido comumente na mesa dos grandes grupos multinacionais e oligárquicos.

Pelo lado da produção de alimentos, ele – produtor – produz e fornece a quem dele se satisfaz, a também apetitosa sobremesa, simbolizada pela entrega da colheita, potencializando os lucros nas extremidades do agronegócio.

Se questionarem em qual das extremidades da “corda” o produtor estaria, a resposta correta seria nenhuma, pois ele é a própria “corda”, razão pela qual nunca desponta (por não ser ponta), sendo apenas o motivo de interesses em mãos inescrupulosas e gananciosas, sendo algumas em seu próprio território de defesa, podendo ser retratada pela presença constante do inimigo íntimo.

Isto significa que o produtor não é apenas dependente dos oligopólios, do clima, dos especuladores, dos falsos profetas e dos demais aproveitadores de plantão, para não usar a expressão “abutres”. O produtor é escravo da própria apatia, da reatividade, enquanto pela sua própria natureza deveria ser o oposto, ou seja, potencialmente proativo.

Sabemos, precisamente, o quanto representa a participação dos fertilizantes na formação do custo de produção. Conhecemos o impacto expressivo provocado pelos aumentos ocorridos a partir de agosto de 2007, mantendo até atualmente a escalada de preços, com ou sem crises. Os necessários lucros em muitas das culturas agrícolas foi eliminado, devido aos custos dos fertilizantes, inviabilizando muitas destas, tanto que o ministro da agricultura afirmou ser assunto de segurança nacional.

Isto sim é crise, em comparação a esta atual, desencadeada mundialmente, também pela ganância, desta vez dos grupos financeiros.

A agricultura brasileira avaliada pelo aspecto e impacto de sua dependência aos preços dos fertilizantes, vive há um ano em sua mais potencializada crise; se não fosse reversível, seria catastrófica.

Por acreditarmos ser inaceitável o fato de ficarem, todos, apenas nas retóricas, explicações e acusações aos absurdos e inadmissíveis preços dos fertilizantes, resolvemos partir para as ações. Assim, antecipando a interesses, evidentemente mútuos e por atuarmos no mercado internacional, resolvemos prospectar por fertilizantes.

Em resposta a esta procura obtivemos ofertas de fertilizante nitrogenado, especificamente Uréia 46%, a preços, aproximadamente, 3X inferiores aos atualmente praticados no Brasil. Estes preços, não comuns ao mercado internacional, foram obtidos através de eficientes contatos profissionais de nosso relacionamento e se retratam pela disponibilidade segura do produto, na modalidade CIF-Brasil, ou seja, colocado em qualquer porto brasileiro.

Evidente, com um diferencial desta dimensão, a contra partida se traduz por quantitativos expressivos, o que não poderia ser diferente.

De posse desta oferta e utilizando da visão agregadora de união e concentração para a formação de um pedido ousado e estrategicamente posicionado o repassamos a algumas expressivas entidades e cooperativas ligadas diretamente à produção agrícola.

Entre estas, incluem os recentes consórcios criados entre cooperativas agrícolas, tais como Coonagro,  através da OCEPAR- PR, reunindo mais de 20 cooperativas;  CCAB  (MT,MS, TO, GO, BA, MG,SC e RS), através da Cooxupé- MG , que reúne também inúmeras cooperativas, tendo no seu principal objetivo a busca por melhores preços para os produtos e insumos a serem adquiridos. Esperamos assim, que exerçam de fato a intenção principal de suas uniões, para eficiente e praticamente repassarem ao produtor o que ele verdadeiramente necessita de forma precisa e segura.

A idéia estaria em atendendo às necessidades básicas e elementares dos produtores, em seus plantios e tratos culturais, então realizar aquisições pontuais, bem como estratégicas, eliminando ou reduzindo a pressão e poder do oligopólio detentor e manipulador dos fertilizantes, com seus respectivos preços e fundamentalmente resgatando parte do necessário lucro, devido ao produtor.

Assim, a iniciar pelo fertilizante nitrogenado, esperamos estar realizando nossa parcela de contribuição à agricultura e até mesmo à sociedade como um todo, fato este, que em nossa visão pessoal, profissional e empresarial seria a função e finalidade básica de todos, superando as simples posturas éticas e praticando a eficiência em oposição à ganância, incompetência e até mesmo inoperância.
 
Engº José Eduardo Reis Leão Teixeira
Estrada Consultoria
estradacafe@uol.com.br

Engº José Luiz Ricchetti
Ricchetti Consultoria
jose@ricchetti.com.br

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