OPINIÂO – “Nosso conilon não aceita preconceito” Por Marcelo Netto Presidente do CCCV

Ponto de Vista Marcelo Netto Presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) “Nosso conilon não aceita preconceito” A “variedade” de café conilon, nosso produto agrícola de maior destaque, responsável pela geração de emprego e renda para milhares de capixabas espalhados pelo Estado, vem sofrendo velada campanha discriminatória e preconceituosa por parte de […]

12 de outubro de 2009 | Sem comentários Mais Café Opinião

Ponto de Vista


Marcelo Netto
Presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV)


“Nosso conilon não aceita preconceito”


A “variedade” de café conilon, nosso produto agrícola de maior destaque, responsável pela geração de emprego e renda para milhares de capixabas espalhados pelo Estado, vem sofrendo velada campanha discriminatória e preconceituosa por parte de uma minoritária liderança da cafeicultura paranaense, que defende em Brasília a obrigatoriedade da inclusão, nos rótulos de café, dos percentuais de arábica e conilon constantes do produto.


Diante deste fato, como presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, representando o empresariado do setor de comércio e exportação de café do Espírito Santo, ciente da missão e dever de lutar pelos interesses da cafeicultura capixaba, não posso me calar.


A referida liderança, incipiente em sua representatividade, mas aparentemente com forte “lobby” na capital federal, a título de melhor informar o consumidor, está, de fato, reafirmando sua conhecida campanha contrária à cultura do café conilon, o qual considera como produto de baixa qualidade e grande ameaça à sobrevivência da produção do Paraná.


O cafés robusta, dentre os quais se classifica nosso conilon, tem larga, sólida e tradicional aceitação no mercado internacional, participando nos “blends” da grande maioria das marcas. O mundo hoje consome perto de 130 milhões de sacas de café, das quais aproximadamente 40% são de robusta, ou seja, sua importância é incontestável.


Quanto à qualidade, tal qual o arábica, o robusta é classificado dentro dos mesmos parâmetros, ou seja, tipo (número de defeitos), peneira (tamanho do grão) e bebida. Portanto, temos robustas e arábicas de altíssima qualidade, os chamados “gourmet” ou especiais, assim como de qualidade inferior.


Já o percentual de utilização das variedades é o segredo industrial de cada marca, que dosa a mistura de acordo com a preferência de seus consumidores. Reside aí a razão para que a Associação Brasileira da Indústria de Café considere completamente técnica, conceitual e legalmente descabida a proposta de rotulagem deste percentual, posição da qual compartilhamos.


A obrigatoriedade pretendida pela proposta de lei visa, tão somente, induzir os consumidores a considerar os “blends” com robusta produtos de pior qualidade, em detrimento do nosso conilon e de nossos produtores. Tal fato caracteriza franca discriminação e preconceito contra o produto capixaba (somos os maiores produtores do país), o que definitivamente não podemos aceitar.

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