Opinião – Mercado tem um novo dono Por Wagner Pimentel

30 de junho de 2010 | Sem comentários Mais Café Opinião

Terça, 29 Junho 2010 – O mercado de café assustou a todos nestas ultimas três semanas. A noticia era super safra brasileira preços que não remuneram o produtor, exportadores vendendo café de qualquer maneira para manter os livros cheios, não havia novidade.


Para o produtor que vem há 15 anos sem ver seu preço ser mudado e os custos subindo de acordo com a inflação, ou seja, 500% de aumento na mão de obra, combustível, telefone, luz elétrica, impostos, fertilizante, defensivos, maquinário, parecia que a conta não iria fechar nunca, então o que aconteceu quando o negocio fica bom apenas para um dos lados, o lado que esta sendo prejudicado não agüentaria o tranco por muito tempo e o empobrecimento bateu a porta.


O café não tem um reajuste de preço há vários anos ou décadas que estamos vendendo o café no mesmo patamar se fosse teoria de gráfico diríamos que estamos vivendo em uma consolidação de preço por décadas.


O consumo mundial aumentando a uma fração de 3% ao ano, segundo a OIC o consumo mundial estaria em 130 milhões de sacas de café de 60 kg o que daria um acréscimo de consumo arredondando a nota em quatro milhões de sacas de 60 kg de café por ano.


A logística de comercialização melhorou muito de armazenagem estatística de produção transporte dando um certo conforto para o comprador que trabalha 100% em cima de contratos futuros não se importando em fazer estoques, conta muito com o ovo na cloaca da galinha, pois o café antes de ser colhido já é contabilizado e dado como favas contadas.


Só que esqueceram que o produtor também precisa ter lucro para que a cadeia se feche.


Quando alguns fundos de hedge entraram no mercado pegaram empresas com contratos em abertos a níveis baixos, pois simplesmente vendemos e depois os produtores não têm para onde correr e fazemos do nosso jeito. Os fundos descobriram que são os novos donos deste mercado.


Os estoques baixos produtores sem condições de acompanhar o crescimento de demanda consumo crescente só poderia dar no que deu uma explosão do mercado. Se os operadores do mercado tivessem tido um pouco de sensibilidade teriam visto que o mercado estaria defasado e que uma alta estaria próxima.


A super safra brasileira acima de 50 milhões de sacas de café não será suficiente para abastecer o mercado com um consumo de 19 milhões de sacas no Brasil e uma exportação estimada acima de 30 milhões de sacas, principalmente em um ano que a qualidade de produção esta muito ruim e esta são a maior carência do mercado por mercadoria de qualidade superior. O remanescente de café no Brasil é um café de baixa qualidade e será o café que sobrara no final desta safra que se inicia.


Na ultima quarta feira um operador de mercado notou que com pouco dinheiro colocaria lenha na fogueira e enquanto a maioria dos operadores ainda dormia, ele comprava todos os stops que estavam a sua disposição fazendo que outros operadores quando acordaram e viram a situação correram para fazer cobertura de suas posições o mercado tinha um novo dono. Os Bulls tinham ido a nocaute pelos Touros.


Os vendidos tendo que rever suas posições na bolsa aumentando a margem e os comercias correndo para comprar no físico a quanto tempo o vento não toca a nosso favor.


O que os produtores têm a fazer é administrar a maré e vender o necessário, pois a necessidade não será só para agora e sim para o ano todo, e o próximo ano safra será de ciclo menor e os estoques não serão recompostos.


A tendência de alta continua.


A colocação que alguns analistas colocam que os preços são os maiores desde 1.998 para a produção não satisfaz ainda, pois nossa realidade e nossos custos hoje são diferentes daquela época.


Aproveitem os preços e escalonem as vendas para que seja uma alta duradoura. O trade da semana continua negativo e esperando por uma correção para sair dele.


Bons negócios a todos e uma ótima semana.


Wagner Pimentel
wagner-pimentel@bol.com.br

Rua José Coelho Vasconcelos, 240
Manhuaçu / Minas Gerais
(33) 3331-4293 / (33) 8829-8819

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