05/08/09 – Constantes viagens pelas regiões cafeeiras, a serviço da SINCAL, estamos convivendo, dia a dia, num clima de total pessimismo e até de desespero, dos nossos cafeicultores, que além do prejuízo imposto pelo anacronismo e pelo conluio estão vendo suas lavouras exauridas e sem recursos para levantá-las.
Muitos dos quais preferem conviver com a baixa produtividade ou até saírem da atividade do que buscar crédito, nos agentes financeiros, dando como hipoteca a propriedade, que é o único recurso para a sua sobrevivência e de sua família. Outros estão endividados e não conseguem meios para levantar créditos. E por último, possuímos um grande contingente de cafeicultores com o nome no SERASA e outros empecilhos usados pelo mercado financeiro impedindo operações de crédito.
Dentro desse contexto estamos vendo diariamente lavouras de proprietários, dentro do descrito, muitas das quais praticamente inabilitadas para produzir algo em 2010 e, outras com padrões vegetativos abaixo do ideal, mas com capacidade de produzir algo e, por último um grupo de lavouras, talvez 1/3 do parque cafeeiro com capacidade de boa produtividade.
Baseando nisso, podemos afirmar categoricamente que perdemos em muito, nesses últimos meses, o nosso potencial produtivo, onde uma parcela deixaram de adubar ou adubaram abaixo do desejado e, as cooperativas evidenciando a quebra de até 30% na venda de adubos. Já pelo lado do controle fitossanitário as informações das multinacionais mostram uma queda de até 25% nas vendas de produtos para o controle fitossanitário, trazendo por ambos os ramos de insumos uma descontinuidade técnica.
Com o indício do término da safra já estamos percebendo lavouras sendo abandonadas e outras arrancadas.
Na região de Boa Esperança onde também podemos perceber olarias usando lenha de café.
Nas olarias “o café se trasforma em tijolos”. Estamos observando produtores arrancando café por todas as regiões e essa prática se alastrará nos meses vindouros onde ocorrerá a substituição do café por culturas anuais ou outras atividades. Dentro do quadro descrito poderemos esperar uma forte queda no potencial produtivo e com grande agravantes para a produção de 2010/2011 e, não teremos mais aquelas previsões cheias e, se julgamos que esse ano chegaremos aos 39.000.000 de sacas de acordo com a CONAB e com o baixo nível tecnológico descrito teremos menos de 35.000.000 sacas na próxima safra sem levar em consideração os fatores climático nos próximos 08 meses, período longo e com clima totalmente imprevisível.
Aos cafeicultores:
Segurem seus cafés, hoje estamos vendendo abaixo do custo de produção e amanhã poderemos chorar “O leite derramado”, pois com o baixo estoque no Brasil e no Mundo os preços tendem ir às alturas e aproveitarão os mais arrojados e corajosos.