Operadores retomam atividades, apreensivos com as notícias de tempo

14 de janeiro de 2015 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

CaféPoint – 12/01/2015


As chuvas de novembro e dezembro de 2014, não foram suficientes para acalmar o mercado cafeeiro. Isso porque, no lado produtor, o clima continua instável. Segundo o Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), os últimos meses de 2014 revelaram uma estação chuvosa mais fraca em seu início. Agora não há previsão de chuvas importantes para os próximos 15 dias nas principais regiões produtoras de café. Os reservatórios apresentam níveis de água bem abaixo do que tinham no início de 2014 e os meteorologistas não parecem enxergar um quadro otimista para os próximos meses, afirma o último Boletim semanal da instituição.


O Escritório, que trabalha com corretagem e exportação cafeeiras, explica que após as festas de fim de ano os operadores retomaram suas atividades, apreensivos com as notícias de tempo seco, poucas chuvas e calor acima da média neste início de 2015. Os cafezais do sudeste brasileiro começam o ano com muito calor e chuvas esparsas.


O resultado foi que em Nova Iorque, as cotações do café na ICE Futures US fecharam todos os dias em alta e os contratos com vencimento em março próximo ganharam 1900 pontos na semana. A alta reflete a preocupação dos operadores com o clima e corrige as baixas dos últimos dias de dezembro, quando os interessados em baixa aproveitaram os pregões esvaziados para derrubar as cotações, afirma o Boletim.


A bolsa de Nova Iorque ICE, do fechamento do dia 2 de janeiro, até o fechamento da última sexta-feira (9/1), subiu nos contratos para entrega em março próximo, 1.900 pontos ou US$ 25,13 (R$ 66,32) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 2 a R$ 573,50 por saca e sexta-feira, dia 9, a R$ 628,53 por saca. Ainda na última sexta-feira nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 315 pontos.


Mercado interno


A influência do mercado futuro foi positiva no mercado físico brasileiro nos primeiros negócios de 2015. De acordo com o Escritório, lotes de café arábica de boa qualidade foram negociados a partir de R$500 por saca. Já a ponta produtora da cadeia tem negociado com prudência, preocupados com a estiagem e com o aumento dos custos de produção. Os motivos são a previsão de que a produção brasileira de café em 2015 no máximo repetirá a de 2014 e que se tivermos um verão com chuvas abaixo da média para esta época do ano, a quebra da safra 2015/2016 poderá atingir patamares ainda maiores do que a do ano passado.


Conforme a análise do Escritório Carvalhaes, a preocupação tem justificativa. Mesmo que as chuvas de verão voltem mais à frente, o Brasil, em 2015, não terá café suficiente para repetir os recordes do ano passado, quando exportou 36 milhões e consumiu 21 milhões de sacas de 60 kgs (na próxima segunda-feira o Cecafé deverá divulgar os números oficiais das exportações em 2014). As exportações de café pelo porto de Santos, em volume, também serão recordes. Em receita cambial, o melhor ano continuará sendo 2011.


Até o dia 8 de janeiro, o Escritório informa que os embarques de janeiro estavam em 249.230 sacas de café arábica, mais 5.079 sacas de café solúvel, totalizando 254.309 sacas embarcadas, contra 235.934 sacas no mesmo dia de dezembro. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 621.748 sacas, contra 597.397 sacas no mesmo dia do mês anterior.


 

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