OPERAÇÃO DA COLHEITA MECANIZADA DO CAFÉ

A colheita do café pode ser totalmente mecanizada de forma direta, realizada através de colheitadeiras automotrizes ou tracionadas por tratores, que promovem a derriça e o recolhimento dos frutos, os quais são em seguida ventilados e ensacados, ou ainda, depositados na própria máquina ou despejados por tubulação em carretas.

Para que esta colheita mecanizada seja efetivada, exige-se um alto investimento inicial, com este custo sendo amortizado na média de quatro anos, cujo retorno do capital investido é rapidamente visualizado na redução de custos e no aumento do rendimento da colheita.

Esse sistema de colheita é geralmente utilizado por grandes cafeicultores, que chegam a pagar elevadas quantias na aquisição de colheitadeiras, visando a mecanização total de suas lavouras, entretanto os pequenos e médios cafeicultores podem fazer uso desse sistema através da locação de máquinas por hora ou por empreitada com comerciantes e produtores.

Para que seja alcançada maior eficiência na operação da colheita mecanizada do café, deverão ser observados as seguintes recomendações:

· Dimensão da lavoura – na determinação da área total da lavoura cafeeira considera-se como expressiva a plantação acima de 50 ha para que seja viabilizada a colheita mecanizada, havendo estudos comparativos com outras formas de colheita para ser definida a forma mais adequada para aquisição ou para locação de colheitadeiras;

· Topografia do terreno – de preferência que a área seja plana ou levemente ondulada, não ultrapassando os 15% de declividade, para não haver dificuldade de deslocamento e operacionalização das colheitadeiras;

· Uniformidade da lavoura – deve-se efetuar o plantio em nível e na forma de renque com pouco espaço entre as plantas para não existir falhas, devendo as mesmas serem bem alinhadas em linhas bastante compridas para reduzir as manobras das máquinas;

· Altura das plantas – manter os cafeeiros na faixa de altura de 2,5 à 3,5 m, fazendo a condução de uma haste por cova e realização constante de podas e desbrotas, evitando que as máquinas tenham falhas na coleta dos frutos ou causem danos as plantas de café;

· Espaçamento de plantio – nas entrelinhas o espaçamento adequado será mais aberto não podendo ser inferior a 3,5 m e nas linhas o espaçamento entre plantas pode variar de 0,7 à 1,0 m, possibilitando a passagem da colheitadeira com bom recolhimento dos frutos;

· Tamanho dos carreadores – tanto os carreadores de acesso e de trânsito na lavoura deverão ser mais largos, tendo espaço médio de 6 à 8 m principalmente no final das linhas de café para facilitar as manobras das máquinas;

· Maturação dos frutos – quanto maior a uniformidade de maturação dos frutos maior será a eficiência da colheitadeira, com a mesma colhendo melhor frutos maduros e secos do que frutos verdes, evitando assim atraso na realização da colheita mecânica ou necessidade de se efetuar mais de uma passada da máquina na lavoura;

· Produção da lavoura – deve ser avaliado o potencial produtivo da lavoura, cuja apresentação de produtividade mais elevada proporcionará maior incremento no rendimento operacional da colheitadeira e conseqüente diminuição dos custos;

· Características da colheitadeira – na escolha da colheitadeira deve-se considerar seu custo de aquisição, locação e operação, sua adequação às condições da lavoura, sua regulagem de varetas e de velocidade e sua capacidade de rendimento operacional;

· Instalações de pós-colheita – considera-se importante existir instalações de preparo e secagem necessárias para atender o alto rendimento das máquinas e o grande volume de frutos colhidos, para não prejudicar a operação de colheita e a qualidade da produção.

Julio Cesar Freitas Santos / Pesquisador Fitotecnista
Embrapa Café / Epamig Patrocínio

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