ECONOMIA
26/02/2010
Raquel de Carvalho
Folha de Londrina
Lotes de Rolândia não foram aprovados pela BMF, justifica Conab
Um grupo de cafeicultores do Norte do Estado reuniu-se ontem em frente à unidade da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Rolândia para protestar contra a falta de pagamento de produto adquirido pelo governo por contratos de opção. Segundo os produtores, os negócios, realizados em novembro do ano passado, deveriam ser quitados pela Conab até o dia 15 de dezembro, o que não tinha acontecido até ontem.
Segundo Benedito Antônio Silveira Pinto, de Ribeirão do Pinhal, 60 produtores não receberam os contratos, que chegam a um total de R$ 7 milhões, referentes a 24 mil sacas de café. ”Quando participamos do leilão, obedecemos todos os trâmites legais, principalmente com relação à qualidade do produto”, relata, afirmando que a Conab agora alega que o item qualidade não atende às exigências do contrato.
Silveira Pinto, que negociou 800 sacas e tem R$ 240 mil a receber, afirma que a nota de compra contém o laudo que comprova a qualidade exigida pela companhia. ”Fizemos as análises numa empresa credenciada pela Conab. Como podem agora questionar o produto?”, queixa-se. O produtor afirma que os cafeicultores estão enfrentando dificuldades. ”Tem um tempo que aguentamos esperar, mas agora já não temos dinheiro para algumas despesas”, enfatiza.
Lafaete Jacomel, superintendente da Conab no Paraná, explica que o produto negociado por contrato de opção é submetido a uma classificação e depois passa por uma revisão. Segundo ele, 60 lotes do volume negociado pela unidade de Rolândia não foram aprovados na segunda classificação, feita pela Bolsa de Mercadorias e Futuro (BMF). ”Como estavam irregulares, esses lotes não puderam ser pagos”, diz.
Os lotes passaram, então, por uma arbitragem feita por técnicos do Ministério da Agricultura, em Minas Gerais. ”Os lotes que forem aprovados nesta arbitragem serão pagos imediatamente. Os reprovados serão disponibilizados aos produtores para serem negociados no mercado”, explica. Jacomel afirma que a Conab deverá receber os laudos na próxima semana. O superintendente explica que os contratos de opção exigiram café bebida dura tipo 6 para melhor. Ele acrescentou que os lotes pendentes na unidade de Rolândia chegam a 17.400 sacas.