OIC aponta leve superávit na produção mundial de café

CNC recorda que cenário já era previsto e que é necessário o produtor se atentar aos números oficiais para desenvolver seu trabalho

11 de outubro de 2018 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: BALANÇO SEMANAL — 08 a 12/10/2018

Esta semana, a Organização Internacional do Café (OIC) divulgou que o ano safra 2017/18 teve um superávit de 2,58 milhões de sacas na oferta mundial do produto, com a safra internacional estimada em 164,81 milhões e o consumo em 162,23 milhões de sacas.

Diante desse cenário, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, recorda a importância de se trabalhar a elevação do consumo da bebida, de forma que se evitem futuros excessos de oferta e depreciação das cotações.

"Esses números refletem a necessidade que defendemos com mais intensidade ao longo dos últimos três anos nos fóruns globais, que é a elevação do consumo de café, principalmente nos países produtores. Orientamos essas nações a seguirem o bom exemplo do Brasil, que absorve 40% de sua produção no mercado interno. Com responsabilidade, sempre pontuamos que quaisquer programas para a elevação da produção esteja obrigatoriamente atrelado ao crescimento do consumo", anota.

O presidente do CNC orienta os produtores a voltarem sua atenção para os dados oficiais da cafeicultura brasileira e mundial, deixando de lado os "achismos" ou as próprias crenças para que possam desenvolver a atividade em cima de fatos e não boatos.

"Historicamente, vemos muitos especuladores na cafeicultura, que inventam números para assustar ou tirar proveito no que se refere à comercialização. Como representantes dos produtores, sempre repudiamos tal postura e rebatemos as especulações com as verdades. No começo deste ano, por exemplo, já havíamos identificado a necessidade de mais recursos ao setor para o ordenamento da oferta devido à ciência de uma safra maior, como evidenciou a OIC em seu relatório. Nosso trabalho resultou em recursos recordes do Funcafé para as linhas de Estocagem e Custeio, mesmo diante de um cenário fiscal desfavorável no Brasil", revela.

O Fundo de Defesa da Cafeicultura Brasileira conta, para a safra 2018, com R$ 1,862 bilhão destinado à Estocagem, dos quais R$ 1,433 bilhão já foram repassados aos agentes financeiros. Os recursos para a linha de Custeio, que podem ser convertidos em Estocagem conforme o Manual de Crédito Rural, somam mais R$ 1,1 bilhão, com o envio às instituições chegando a R$ 583 milhões.

Em meio ao cenário superavitário de oferta, Silas Brasileiro explica que esses recursos do Funcafé são essenciais para que os produtores possam comercializar sua safra ao longo dos 12 meses, evitando que as vendas sejam realizadas nos momentos de depreciação dos preços.

Segundo ele, a oferta maior também não é motivo para preocupação, uma vez que os estoques estão em níveis historicamente reduzidos. Porém, o presidente do CNC recomenda que os produtores tenham atenção à realidade, não se deixando levar pelos "achismos" que indicam falta de café e possíveis sobrepreços.

"Reiteramos a necessidade de todos focarem a realidade do mercado, que é de equilíbrio entre oferta e demanda atualmente. Não podemos estimular plantios desregrados de café em novas áreas, mas sim a renovação gradual do nosso parque cafeeiro, com variedades mais resistentes a pragas e doenças e também mais produtivas, o que nos possibilitará suprir a demanda crescente de forma responsável, em um cenário que permita que a cafeicultura mantenha sua importância econômica e, em especial, a social e a ambiental, preservando nossas propriedades e gerando milhões de empregos", conclui.

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