Agência Estado | CNC
16/08/2010
Célia Froufe
Depois de dois anos consecutivos sendo a maior compradora das cooperativas agrícolas brasileiras, a Alemanha deverá ceder o lugar para a China, na avaliação do gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Evandro Ninaut. De janeiro a junho de 2010, os chineses já se posicionaram como os principais parceiros comerciais das cooperativas, respondendo por 13,7% do total exportado, com US$ 273 milhões, valor 12,4% superior ao mesmo período do ano anterior. \”A China, com certeza, deve ser o principal país a comprar do Brasil após a injeção financeira que recebeu do governo durante a turbulência externa\”, argumentou.
Em relação aos produtos embarcados para esse mercado, o complexo soja representou 92,69% (US$ 253 milhões) do valor total de produtos exportados para esse país, com uma pequena retração diante dos 94,82% do primeiro semestre de 2009, o que se deve principalmente a uma desvalorização de 5% no valor do farelo de soja. O setor de carnes (frango) contabilizou 5,18% (US$ 14 milhões), ganhando espaço ante os 0,2% observados no ano anterior.
Já a Alemanha, apresentou crescimento de 9,7% em relação ao mesmo período de 2009, respondendo por 9% do montante exportado pelo cooperativismo, com o registro de US$ 182 milhões. Mais uma vez, o complexo soja se destaca, respondendo por 72,88% (US$ 132,6 milhões) dos valores negociados para o país, frente aos 69,3% apresentados no primeiro semestre de 2009. Vale destacar ainda a valorização de 31% das carnes com processos de conservação baseados em salga, que representaram 9,14% (US$ 16,6 milhões) das vendas do segmento para os alemães e o café em grão (11,18% do total exportado).
Os Emirados Árabes aparecem em terceiro lugar no ranking elaborado pela OCB dos países importadores. Eles responderam por US$ 147 milhões dos valores exportados e 7,4% do total de vendas das cooperativas brasileiras no primeiro semestre deste ano. O açúcar refinado aparece como o principal item vendido, representando 89% (US$ 131 milhões) dos valores negociados de janeiro a junho de 2010, ganhando espaço diante dos 77,87% (US$ 75,7 milhões) apresentados em 2009, e também uma valorização de 42% em relação ao preço conseguido no ano anterior.
Nesse período, os Estados Unidos voltaram a ter posição de destaque entre os países importadores, com US$ 110 milhões e incremento de 236%, representando 5,5% do total. A Arábia Saudita e a Índia aparecem na sequência, com participações de 5,3% e 4,9%, respectivamente.