O relatório recente da Federação Europeia do Café destaca uma queda notável nos estoques de café, para 6,70M scs, uma redução substancial de 4,65M scs em relação ao ano anterior
Por hEDGEpoint
A hEDGEpoint Global Markets analisa, nesta semana, as expectativas em relação à demanda de café pela perspectiva da União Europeia, dando sequência ao último relatório divulgado na semana passada.
“Vamos acrescentar à análise a última divulgação de estoques da Federação Europeia do Café, com dados de janeiro e fevereiro de 2024. Os estoques caíram para a impressionante marca de 6,70M scs, o que representa uma queda de 4,65M scs em comparação com o mesmo período do ano passado (embora a queda mensal não tenha ficado muito longe do padrão sazonal, -2% contra -1,3%)”, observa Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint.
Os resultados foram altistas – embora o mercado já estivesse trabalhando com níveis de estoque mais baixos para a região, os níveis recém alcançados apresentam uma escala totalmente diferente de desafios para a oferta na União Europeia.
“A queda foi especialmente impulsionada pelo robusta; os estoques de arábica lavado permaneceram praticamente inalterados (-10 mil sacas no mês), representando a maior participação entre os tipos de café (2,6M scs, ou 40% do total). O arábica natural apresentou um pequeno aumento (+8 mil sacas, para 2,1M scs), e os estoques de robusta caíram 170 mil sacas, atingindo um mínimo de 1,9M scs – agora representando apenas 28% do total dos estoques, 10 p.p. a menos do que seria esperado”, destaca a analista.
Os números das importações explicam muito bem a tendência: os destinos iniciaram a troca entre o arábica e o robusta, mas ainda há um caminho a percorrer até que ela se solidifique. A participação do arábica nas importações da União Europeia aumentou para 70% na média móvel de três meses encerrada em janeiro.
“É importante observar que os destinos não lidaram com o cenário macroeconômico atual anteriormente, o que levou a uma diminuição dos estoques (além das características específicas de cada região). Considerando que o lado mais fraco sempre cede, os estoques mais altos nas origens são momentaneamente ignorados como fatores baixistas”, pondera.
E continua: “Nesse sentido, os destinos estão importando mais arábica novamente, devido a considerações sobre a arbitragem, que tem se aproximado dos níveis mínimos históricos (perto de ~22 c/lb, observados em 2017). Enquanto isso, os estoques continuarão a refletir as consequências das taxas de juros mais altas nessas regiões, dando suporte aos preços”.
Em resumo
O último relatório da Federação Europeia do Café revela uma redução significativa dos estoques de café, que atingiram um mínimo de 6,70 milhões de sacas, 4,65 milhões a menos que no ano passado. Esse declínio, impulsionado principalmente pelo robusta, impõe desafios à oferta na União Europeia.
As importações de arábica estão aumentando, compreendendo 70% do volume total, enquanto os estoques de robusta caíram para 28% do total. Fatores econômicos, entre os quais o aumento das taxas de juros, contribuem para essa tendência, sustentando os preços apesar dos estoques mais altos nas origens do café. O mercado vê uma mudança em direção ao arábica devido a considerações de arbitragem, indicando ajustes em andamento na dinâmica do mercado de café.
Acesse o relatório completo clicando aqui.
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