O Brasil é o maior exportador de café do mundo e a produção de café há séculos faz parte da história do país.
Do início do século 20 aos dias de hoje, a cafeicultura nacional passou por uma série de desafios ligados aos fenômenos meteorológicos e climáticos, como por exemplo o caso sempre muito lembrado da traumática Geada Negra de 1975 no Paraná.
Hoje o mundo vive em estado de emergência climática, com o Clima cada vez mais no centro das discussões e dos negócios internacionais. Com a cafeicultura não é diferente e não será diferente nas próximas décadas, com o curso atual das mudanças climáticas já mudando o comportamento da produção agrícola em todas as regiões do Brasil e afetando com mais intensidade os pequenos e médios produtores rurais.
Dizer que a cafeicultura é uma indústria a céu aberto é dizer que ela está sempre exposta aos mais variados tipos de riscos climáticos, das geadas a secas e vendavais (e muito mais!). Daí vem a importância vital de contar com um profissional meteorologista em todos os estágios da produção, principalmente quando os riscos se agigantam com o passar dos anos.
Talvez não seja de conhecimento geral, mas a profissão do meteorologista é reconhecida e regulada no Brasil desde o ano de 1980. Isso também significa que só um profissional dessa classe tem a capacidade técnica e permissão por lei de fazer previsões de Tempo e Clima, de prestar consultorias em temas da área para os mais diversos setores da sociedade, emitir pareceres, desenvolver técnicas e dirigir estudos de meteorologia em território nacional.
Todo dia 14 de Outubro é Dia do Meteorologista no país assim como o dia 12 também é dia do Engenheiro Agrônomo. São duas profissões muito próximas, que juntas fazem parte do Sistema CONFEA/CREA, mas que ainda precisam unir forças de uma maneira mais decisiva no setor agrícola. O que falta para o meteorologista estar mais presente no campo e na cafeicultura brasileira? Como os produtores podem confiar mais nas previsões de Tempo e Clima, além dos vários outros serviços que só o meteorologista pode prestar? Como quantificar riscos, avaliar projeções futuras e fazer a cafeicultura cada vez mais resiliente e sustentável? Essas são as questões que vão nortear o setor nas próximas décadas, mas também vai ser preciso ter visão para se antecipar e largar na frente.
Texto elaborado pelo meteorol. Me. Willy Hagi (CREA-AM 32258), diretor da Meteonorte. Entre em contato:
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