O PAÍS ESTÁ DESNUDO! Por Marcus Fomm

Assim, vamos nos ater a observações sobre alguns, são muitos, eventos passados que, com certeza, reforçam a impressão de um País desnudo, principalmente desnudo de uma orientação e comando central. O que assistimos nos últimos doze meses é estarrecedor. Tudo começa com a negação da pandemia e as decisões dúbias em relação a mesma.

Nada parece ter dado certo, um militar ministro da saúde, especialista em logística, as vacinas destinadas ao estado do Amazonas foram parar no Acre, imaginem se não fosse especialista o que poderia ter acontecido. Previsões furadas em relação as quantidades de vacinas que seriam disponibilizadas bem demonstram o grau de incompetência e descaso. Cabe um parêntese, muitos criticam pelo fato de o ministério da saúde ter sido assumido por um militar, mas esquecem-se de que tempos atrás um médico assumiu o ministério da fazenda e deu muito certo conforme avaliação do mercado. O problema não é ser militar ou não, é de competência e gestão. Temos conhecimento de competentes militares contribuindo decisivamente em postos chaves tanto na esfera privada como governamental. Mais uma vez, o problema é ser competente ou não, parece que não tivemos essa sorte com o ministro que, embora com atraso, deixou o cargo, graças a Deus.

Relembrando as trapalhadas registramos a falta de oxigênio, enfermeiras vacinando com seringas vazias, doentes sendo amarrados, quer dizer, torturados por falta de remédios, hospitais de campanha sendo desmontados fora de hora, explosão na fábrica de oxigênio em Fortaleza são ocorrências  que a imprensa e meios televisivos registram todos os dias, só não vê quem não quer. Recomendação de tratamento precoce com remédios de eficácia duvidosa, ainda empregados, sofre várias objeções por parte da comunidade científica. Falsa enfermeira vacinando mediante $600,00 a dose para empresários espertos. Vacinas sendo surrupiadas também foram identificadas. Testes comprados a preço de ouro apodrecem nos estoques dos aeroportos. Ninguém até hoje deu uma justificativa para a não utilização, caiu no esquecimento. 

Abre, fecha, fecha, abre, não pode ficar na areia da praia, só no mar, comerciantes e pequenos empresários desesperados com as decisões dos confusos “çábios”. A linha de crédito disponibilizada pelo governo para atender aos pequenos e médios empresários mostrou-se demorada, ineficiente e burocrática. Estudantes sem internet, mas têm que estudar em casa, como assim? Não detectamos orientação segura e clara por parte do desconhecido Ministro da Educação. Entrou calado e continua calado. Desempregados aos milhões, empresas fechando e quebrando.

Lockdown é uma palavra de origem inglesa e significa: isolamento ou restrição de acesso imposto como uma medida de segurança, podendo se referir a qualquer bloqueio ou fechamento total de alguma coisa, especialmente um lugar. Países que adotaram e praticaram vêm registrando baixíssimos níveis de internações e índices de mortalidade. Aqui no Brasil nosso mandatário maior disse que vai chamar o exército para garantir o direito de ir e vir. Pode?

Pode sim, para alcançarmos o pódio de 500.000 mortes ou mais.  

Todos esses fatos controversos estão a mostrar e a demonstrar a falta de coordenação central, a incompetência generalizada que grassa em nossa terrinha abençoada por Deus.

Informações de órgãos oficiais dão conta do aumento do desmatamento e incêndios na Amazônia, outros, também oficiais, informam exatamente o contrário. O ministro do meio ambiente acusado por um delegado da PF de conluio com madeireiros. Tempos difíceis e confusos.  Imploramos por recursos quando o Fundo Amazônia dispõe de $3 bilhões que estão congelados precisando apenas que o Brasil restaure o conselho do Fundo.

É importante dizer que o Fundo foi congelado porque o governo brasileiro dissolveu a estrutura de governança unilateralmente sem o acordo da Noruega ou da Alemanha”.

Governadores e prefeitos, embora autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, são criticados, discriminados e responsabilizados por estarem adotando medidas de precaução, entre outras, de distanciamento e fechamento temporário de serviços não essenciais, em favor da vida. Em nosso País fechar bares, botecos, biroscas, realmente se constitui em medida impopular para os nobres cachaceiros de plantão.

O censo foi cancelado. Como pode um país não ter as estatísticas básicas, que em muito poderão nortear investimentos e decisões governamentais?

Desempregados e desesperançados em conseguir um novo emprego aos milhões, inflação despontando, alimentos com preços nas alturas, esse é o quadro dramático que vem se apresentando.

O auxílio emergencial disponibilizado pela Caixa, a conta gotas, requer que o faminto, desamparado, tenha um celular com crédito e internet para o saque, fala sério.

Festas e mais festas desrespeitando as medidas de recato e isolamento, mascaras no pescoço, ônibus, trens e metrôs superlotados, jogos de futebol, embora sem as torcidas, a vontade, não, não estamos na pandemia.

Excursão à Israel para estudar um novo remédio foi permeada de políticos, fracasso total e dinheiro desperdiçado. Que País é esse?

Toneladas de remédios inócuos à Covid 19 são recomendados e propagados, o ministro da saúde não se manifesta categoricamente a favor ou contra, não quer desagradar. A CPI vem aí para esclarecer esses probleminhas.

Nesse caos generalizado os profissionais da saúde, incansáveis, persistentes, dedicados, são merecedores do nosso profundo reconhecimento e, principalmente, agradecimentos.

Registre-se também o trabalho que muitas associações, empresas privadas, entidades religiosas, vêm desenvolvendo com ações sociais de arrecadação e distribuição de cestas básicas, orientação psicológica entre tantas outras louváveis iniciativas.  

O País está desnudo!

Marcus Fomm

Artigo publicado no Jornal Gazeta de Patrocinio em Publicado em 1 maio 2021