O livro ”25 Anos na Construção do Futuro da Cafeicultura”, do Conselho Nacional do Café (CNC), que está sendo lançado, comete uma omissão e um erro

Por: Folha de Londrina

O livro errou


O livro ”25 Anos na Construção do Futuro da Cafeicultura”, do Conselho Nacional do Café (CNC), que está sendo lançado, comete uma omissão e um erro que, embora pequenos, podem prejudicar novos estudos sobre a história do café.


As falhas não chegam a comprometer a obra, mas falseiam dois itens importantes.


Emenda Camata


Em primeiro lugar, não cita a emenda do senador capixaba Gerson Camata transferindo para o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo as atribuições das políticas cafeeira e cacaueira. Essa transferência foi importante para o que viria a ocorrer depois.


APPC salvou o café


O texto faz alusão a um importante divisor de águas na história da política cafeeira. Trata-se da criação da Associação dos Países Produtores de Café (APPC), em 1993. A APPC alavancou o preço do produto depois de vários anos de crise.


Posição histórica


O livro diz que o ministro da Indústria e Comércio na época, José Eduardo de Andrade Vieira, ”apoiou” a criação da APPC. E aí vem o segundo erro. Na verdade, José Eduardo foi o grande precursor da APPC. Ele mobilizou cerca de 60 países produtores. Numa reunião histórica, em Brasília, 40 deles assinaram o acordo criando a APPC.


Ação rápida


A criação da APPC não demorou mais que seis meses, para o espanto do próprio Itamaraty. Houve um trabalho de articulação muito forte.


Preço


A união dos países produtores ganhou força e tirou o café de um preço baixo de cerca de 50 dólares/saca, que estava gerando miséria no campo. Em menos de oito meses o preço pulou para um patamar de 80 a 90 dólares/saca.


Testemunho


Mais preciso que o livro, Manoel Bertone – àquela época presidente da Cooperativa de Garça (SP) e do CNC -, fez menção a este fato, anos depois, ao falar em Londrina para mais de 500 técnicos e produtores em evento sobre café na Sociedade Rural do Paraná.


Fato histórico


Disse Bertone: ”O ministro José Eduardo me pegou em Garça e, usando o seu próprio avião, começamos a visitar vários países da África e América Central. Foi uma ousadia.”


A conquista


Bertone – que também é mencionado no livro do CNC, pois era presidente do órgão – citou este fato como uma ”grande conquista” e o ”resgate” da força dos produtores. À frente do movimento estava o ministro José Eduardo de Andrade Vieira, citado no livro apenas como apoiador do plano polêmico pois tratava da redução da oferta.


Presidente da APPC


Os representantes dos países signatários do Acordo elegeram o ministro José Eduardo primeiro presidente da APPC.


Apoio da Colômbia


Houve apoio estratégico da Colômbia e Costa Rica – lembrou ontem José Eduardo -, por serem grandes produtores.


A APPC faz falta


”É uma pena que a APPC não tenha prosperado”, lamenta o ex-ministro. Ela seria o organismo dos produtores para discutir com a poderosa OIC (Organização Internacional do Café), que é dominada pelos países consumidores liderados pelos EUA.


Fonte: http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=26714LINKCHMdt=20070522

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