O futuro dos cafés especiais Por Jorge Kasai

O mercado de cafés finos e ou grãos selecionados, conhecidos como cafés gourmet, veio para ficar.

14 de janeiro de 2014 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: Jorge Kasai

O mercado de cafés finos e ou grãos selecionados, conhecidos como cafés gourmet, veio para ficar.


A perspectiva de crescimento deste segmento para a próxima década é de cada vez mais termos novos adeptos à essa especiaria.


Fato que cresce em função do convencimento da qualidade do sabor e das características da bebida. Atualmente, a demanda cresce de 5 a 6 vezes mais em relação aos cafés tradicionais. Concomitantemente aumenta a procura  de investidores internos e externos.


Falar de café gourmet, cafés finos e/ou grãos selecionados, escapa um pouco da linguagem dos cafés tradicionais, uma vez que:


• Os cafés tradicionais competem no mercado globalizado, visando maior rendimento x menor custo.


• O mercado de café GOURMET é específico, direcionado aos apreciadores e degustadores no mercado interno e externo que buscam produto de qualidade em detrimento do menor preço.


As características desses grãos são resultantes dos cuidados que vão  desde a escolha da semente até o processo pós-colheita.


O Brasil,  além de ser o maior produtor e exportador mundial de café, está se tornando o maior consumidor, ocupando neste último caso, a posição que foi até então dos Estados Unidos. 


O Brasil detém aproximadamente 40% do plantio mundial de café. Somos o celeiro do mundo, com vocação para o agro-negócio. Mesmo assim, o mercado interno brasileiro não consegue oferecer um produto de qualidade, salvo raras exceções.


Mesmo com a crise atual do café no Brasil, não temos tido os problemas graves que enfrentam alguns países da América Central e Colômbia, com os estragos causados pelo surto de ferrugem nos cafezais.


O Brasil detêm diversidade de topografia, situação climática favorável, altitude, enfim, todos os quesitos desejáveis para cultivo cafeeiro, com diferentes características regionais, que se constituem privilégios de poucos países produtores de café.


É público e notório o desânimo do cafeicultor brasileiro, em especial do
pequeno produtor, que vive da renda do cafezal. Na situação atual, os rendimentos  atuais não cobrem sequer o custo de produção.


Se o café está em crise, porque os investidores estão de olho na cafeicultura brasileira? Não é difícil deduzir. Lembremos da frase: a crise é uma oportunidade de negócios! É bem isso que está acontecendo. Sabem por que?  Porque o café é a segunda bebida mais consumida no Mundo! E por incrível que pareça, o número de plantio não vem crescendo na mesma proporção.


A crise do café não afetará o comércio de cafés finos e/ou Grãos Selecionados (GOURMET).  Pelo contrário, a tendência é de crescimento constante, na medida que crescem o número de degustadores/apreciadores.


Com relação ao preço do café, não tenho dúvidas que a médio prazo, voltará a ter o seu valor reconhecido. Quando se tratar de café gourmet, estes terão sempre, o valor agregado.


No Brasil, dentre os tomadores de café, 90% tomam ainda o café moído e, dentre os 10% restante que tomam o espresso, são poucos os que conhecem o café gourmet – cafés finos/grãos selecionados. Esse segmento dos cafés de qualidade vem sendo a menina dos olhos dos investidores.


Os principais mercados consumidores além do Brasil são: Europa, EUA e Japão que, juntos consomem aproximadamente 70% da produção Mundial.


Mas no Brasil,  Japão, Europa e EUA, o que mais se consome é o café coado. Nesta estatística não estamos considerando a China, que mal começou a consumir o café.


Devemos dirigir a nossa atenção também para melhoria do café torrado e moído. As pesquisas atuais indicam que, os apreciadores não se importam de pagar um pouco mais para obter café de qualidade superior.


No mercado atual de cafeterias, usa-se cada vez menos os cafés tradicionais. A Maioria já vem servindo cafés mais finos e/ou Gourmet, uma vez que o (CMV-Custo Mercadoria Vendida) oscila de  4% a 9% sobre o valor final.


É arriscado implantar lavouras de cafés tradicionais, visando sua comercialização como comodities, pois isto gera o risco eminente como a que estamos vivendo. Muitos cafeicultores estão migrando para cultivo de cerais e/ou  diversificando suas culturas pela questão do risco do custo de produção do café.


Alguns cafeicultores vem agregando valor ao seu produto, classificando/selecionando os grãos e torrando para comercialização.


O que julgamos mais coerente é a operação verticalizada, onde se tem o controle completo do processo produtivo:  ter o germinador, o viveiro, o plantio, a colheita, a classificação/seleção, a torra e o centro de distribuição.


Produzir cafés tradicionais para venda no mercado exige uma  preparação para o enfrentamento de uma concorrência acirrada e desleal. É necessário que se estimule as vendas através de metas, com preços compatíveis, marketing ousado e política de desconto. 



Produzir cafés finos é diferente pois se oferece para serem degustados,
não induzindo a venda. O produto fala por si mesmo, e sendo do gosto do apreciador, ele vai adquirí-lo em função do sabor e não do valor.


 


 


 




KASSAI CAFÉ – Grãos Selecionados
 
Rua Padre Bitencourt, 138 – centro


São Jose dos Pinhais (PR)


 


Jorge Liniti Kasai
Administrador
(41) 3035-5640/5641
email: jorge@kassaicafe.com.br
     site: www.kassaicafe.com.br


Comentários:


 Luiz Salomão
Excelente matéria, com conteúdo e base na atual situação de nosso mercado.
 Os cafés especiais e gourmet são uma realidade cada vez maior, que beneficia quem vende e quem compra, garante qualidade ao produto e agrega valor a toda a cadeia produtiva.
 Parabéns.


Jose Luiz Burato 
 Parabéns pela reportagem


Jonathan Hutchins
Parabens Jorge pelo belo texto sobre o futuro dos cafes especiais.
 Comecei um micro-torrefaçao em Porto Alegre e já a demanda é grande para cafe de qualidade


 Jose Miltom M Figueiredo
Beleza de matéria meu amigo. Parabens.
 Milton


Remy Nadir Roy
Parabens pelo seu artigo Jorge.
 A propósito, existe algum outro tipo de café?? e que não seja gourmet, sendo consumido??? hahahaha


  Eduardo Trauer
  Fantástico Kasai!!
 
 “O produto fala por si mesmo, e sendo do gosto do apreciador, ele vai adquirí-lo em função do sabor e não do valor.”
 
 Fechou com chave de ouro!!!!
 
 abração!!! 
 


 George Hiraiwa
 
 Parabéns !!!! Pelas reportagem, gostei da forma didática e abrangente como explorou o mercado de cafe gourmet.


 


Neiva Amaral Trauer

Parabéns sr. Jorge pela matéria publicada.
 Continuo sempre com esperança que o brasileiro aprenda a respeitar e apreciar um café de qualidade.
 Abracos
 Neiva Trauer


 


Andre Marques


 Excelente matéria sobre café de qualidade e dentro desse quesito, ninguém melhor que o Sr. Jorge Kassai, uma das pessoas que mais entendem de café no Brasil. Sem sombra de dúvidas a Kassai Café Grãos Selecionados será uma das responsáveis por devolver ao Paraná o posto de onde nunca deveria ter saído, de importante produtor de café de qualidade no Brasil e no mundo!


Takeshi Sh. Kejima


Li reportagem no anuncio aki no Japan, no livro di caffé. Não acreditava. Conheci, Kassaisan! fico muito contente! procurei materia no Revista Cafeicultura, Estou muito contenti. Omedetoo!!


 Alfred Wolff


Tive o privilégio de conhecer o autor deste texto. Sábio, coerente, correto e acima de tudo, sincero. É uma das pessoas que está em sintonia com o mercado global. Tinha que ser nipônico!!


Luiz Gustavo
 


Matéria com mensagem direta, objetiva, coerente com o contexto vivido. Parabéns!!


 


Rafael Brandalise


Sou produtor no Paraná e meus Pais, tios, todos sobreviviram da cafeiculutra, até a geada negra de 1975.
 Achei a matéria muito interessante. Gostei da forma que foi abordado os cafés especiais.
 Tradicionalmente até os anos 70, lembro-me que o Paraná foi o maior produtor do Brasil.
 Gostaria muito da opinião do Sr Jorge, quanto ao futuro do Café do Estado do Paraná.

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