10/04/2013
Em dia com a política :: Baptista Chagas de Almeida
Já imaginou o que acontece com as grandes obras, a construção de hidrelétricas, de longas ferrovias, de terminais em portos e por aí vai?
É melhor tomar um café bem forte, amargo mesmo, porque não dá para fazer festa com o descalabro das contas públicas no Brasil. O cardápio é variado, é o que mostra a Operação Nacional contra a Corrupção, deflagrada ontem em nada menos que 12 estados brasileiros. O cálculo do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas é que o prejuízo aos cofres públicos tenha sido de R$ 1,1 bilhão. Um valor expressivo, mas muito aquém do que a própria ação revela. A corrupção no país está em todos os níveis. É uma festa só.
O cafezinho do início é sonegação fiscal da grossa em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. É muito descaramento. O Rio produz 250 mil sacas por ano de café. Vendeu ao Espírito Santo, com alíquota de imposto menor, 3 milhões de sacas. Por isso é tão amargo para o contribuinte honesto.
Como o Brasil está na contramão da moralidade pública, é claro que não poderia faltar a venda de Carteira Nacional de Habilitação falsificada, também em vários estados. Na estrada da corrupção, os falsos motoristas habilitados podem estar contribuindo para as estatísticas de mortes no trânsito brasileiro.
Se um traficante está preso por ter sido alvo de outra operação da Polícia Federal, que tal comprar a liberdade dele na Justiça e colocá-lo em liberdade? Foi o que aconteceu em Mato Grosso.
Tem mais: superfaturamento em obras de construção e recapeamento de estradas, desvio de empresas ligadas a prefeituras. Tem mais. Muito mais.
É uma festa da corrupção. Festa? Bom, então vamos a ela. As fraudes estão na contratação de bandas para eventos festivos no Rio Grande do Norte, com ramificações no Ceará, Pernambuco, Paraíba e Bahia.
Tudo isso nos rincões do país, por isso a cifra de R$ 1,1 bilhão. Já imaginou o que acontece com as grandes obras, a construção de hidrelétricas, de longas ferrovias, de terminais em portos e por aí vai? Melhor nem fazer as contas.