Brasil – pioneiro em café sustentável
O Brasil deve ser ums dos primeiros países a fornecer o chamado “café sustentável”, em conformidade com o Código Comum da Comunidade Cafeeira (4C). O programa, desenvolvido ao longo dos últimos três anos e lançado oficialmente em dezembro de 2006 por meio da Associação 4C, estabelece normas para o setor cafeeiro baseado em três dimensões: ambiental, econômica e social. A previsão é do Instituto Totum, responsável pelo projeto-piloto de verificação de adequação ao Código da realidade das cooperativas, dos modelos produtivos e das fazendas do Brasil.
O Código 4C, iniciativa dos maiores compradores mundiais de café, entre eles Nestlé e Sara Lee, tem por finalidade promover a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva do café, do lavoura até a xícara. Em outras palavras, objetiva incentivar a adoção de processos econômicos transparentes e eficientes que sejam comprometidos com as responsabilidades social e ambiental não só na produção, mas também no processamento e na comercialização dos grãos.
Nesse processo, o Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, está na dianteira e deve ser um dos primeiros países a cumprir os requisitos necessários para atender prontamente os padrões mínimos de qualidade estabelecidos pelo programa. “Segundo as cooperativas e produtores visitados, a estimativa é que em curto prazo o país possa entregar as quantidades demandadas pelos compradores no padrão 4C”, prevê Fernando Giachini Lopes, diretor-presidente do Instituto Totum.
Sob a coordenação do Instituto, certificadores locais analisaram 11 fazendas de quatro diferentes cooperativas no Brasil (Norte de São Paulo, Sul de Minas e Cerrado Mineiro). A varredura concluiu que nas terras visitadas – aproximadamente 600 hectares – não há práticas inaceitáveis, sob a ótica das exigências do 4C. “Quando o mercado internacional começar a procurar o café 4C, o Brasil já estará preparado”, afirma Lopes.
A partir das verificações in loco foi produzido um relatório com os resultados do projeto-piloto. Estão detalhadas no documento as dimensões social, ambiental e econômica observadas durante o projeto. De modo geral, o Código 4C é aplicável à realidade brasileira, refletindo as práticas usuais dos negócios do Brasil.
Sob o aspecto social, os critérios exigidos pelo 4C são atendidos em sua maioria. Um item que merece melhoria é a formalização dos contratos de trabalhos com pessoal temporário, na época da colheita. Apesar disso, em todas as regiões a conscientização é grande sobre a necessidade de registro em carteira e este item melhora a cada ano.
Em termos econômicos, os resultados também são favoráveis. As fazendas têm acesso às informações de mercado com agilidade, as cooperativas fornecem facilidades aos produtores nas formas de assistência técnica, mercados diferenciados e de compra de insumos via financiamentos. Cafés de melhor qualidade sempre possuem preços melhores, refletindo as práticas exigidas pelo 4C.
Apesar de não serem impeditivas na concessão da adequação 4C, algumas adequações seriam necessárias em propriedades sob o aspecto ambiental, que recebeu nota intermediária no relatório. Ainda são encontrados produtores em diferentes estágios de implantação de áreas de reservas legais, outorga de uso de água e em alguns casos foram verificadas nas fazendas embalagens com reutilização indevida.
O relatório com os resultados do projeto-piloto será apresentado pelo Instituto Totum no próximo dia 19 de abril aos membros da Associação 4C na sua primeira Assembléia Geral. Resultados de projetos similares no Vietnã e na Zâmbia serão também apresentados. O próximo passo será o início dos negócios 4C, que demandarão processos de verificação em todos os países produtores.
Mais informações:
Flávia Lima
SP4 Comunicação Corporativa
(11) 3873-4374/ 4341
flavia@sp4com.com.br