NY salta 21,5% e impulsiona negócios no Brasil Cepea/Esalq USP 20/07/2010
Em junho, as cotações do café arábica subiram de forma expressiva no mercado internacional. O contrato com vencimento em setembro na Bolsa de Nova York (ICE Futures) fechou a 165,85 centavos de dólar por libra-peso em 30 de junho, forte alta de 21,5% em relação ao dia 1º. Tal cenário refletiu no mercado interno, e a procura esteve aquecida durante praticamente todo o mês. Assim, a média de junho do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 305,99/sc 60 kg, alta de 5,7% em relação ao mês anterior. Essa é a maior média mensal desde maio de 2005, em termos nominais. A moeda norte-americana teve média de R$ 1,809 em junho, queda de 0,4% em relação à média de maio.
Preços ultrapassam os R$ 300/sc em todas as regiões
As cotações do café arábica estão no maior nível (nominal) em cinco anos. Com demanda aquecida e vendedores satisfeitos com os preços, a liquidez aumentou substancialmente no mês de junho. Quem possuía lotes de boa qualidade prontos para comercialização pôde aproveitar o bom momento do mercado. Entre os compradores, mesmo com reclamações sobre os fortes reajustes, a necessidade de cumprir contratos manteve muitos deles ativos. O grão de melhor qualidade da nova safra (2010/11) foi negociado em torno de R$ 300,00/saca de 60 kg em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea.
Dependendo da catação e do local de origem, os fechamentos alcançaram R$ 320,00 ou R$ 330,00/sc. Em regiões tradicionais na oferta de café de maior qualidade, como Cerrado, Sul de Minas Gerais e Mogiana Paulista, os pedidos de produtores alcançaram bases próximas de R$ 320,00/saca para os melhores grãos – boa bebida, bom tipo, boa cor e menor catação. No mesmo período do ano passado, os preços não passavam de R$ 260,00/saca.
Cotações elevadas foram observadas também nas regiões onde o deságio costuma ser maior, como Garça (SP) e Noroeste do Paraná. A maioria dos fechamentos nessas praças, no entanto, foi para entrega futura, devido ao atraso na maturação e colheita dos grãos. Assim, negócios para entrega em meados de agosto/setembro foram fechados em torno de R$ 300,00/sc de 60 kg para os lotes de melhor qualidade. Vale lembrar que, no início de junho, produtores de Garça e do Noroeste do Paraná não tinham perspectivas de que os preços negociados chegariam aos atuais patamares – esses valores eram oferecidos apenas aos cafés finos de Minas Gerais e de Mogiana (SP).
Ainda é incerto se o preço atual vai se sustentar no decorrer do ano, sobretudo após agosto, quando volumes maiores já estarão disponíveis em todas as regiões. De qualquer forma, esse cenário sinaliza preços bem maiores em relação aos registrados no mesmo período da temporada 2009/10. Na safra passada, entre agosto e setembro, o café paranaense era negociado próximo de R$ 240,00/saca e o de Garça, em torno de R$ 245,00 (em termos nominais). Assim, os preços atuais correspondem a um aumento nominal de mais de 50 reais por saca nestas regiões. Espera-se, portanto, que o preço dos cafés de boa qualidade siga firme, mesmo com aumento no volume ofertado.
60 kg (posto São Paulo)
Série histórica do Indicador de Preços Cepea/Esalq
Média mensal: R$/sc de 60 kg (posto São Paulo)
Safra 2007/2008
Safra 2008/2009
Safra 2009/2010
jul/07
238,63
jul/08
250,52
jul/09
247,50
ago/07
254,55
ago/08
248,86
ago/09
255,34
set/07
259,15
set/08
261,58
set/09
254,29
out/07
255,84
out/08
256,84
out/09
262,20
nov/07
245,82
nov/08
261,28
nov/09
272,55
dez/07
261,28
dez/08
262,04
dez/09
281,57
jan/08
267,84
jan/09
268,41
jan/10
280,75
fev/08
285,19
fev/09
269,34
fev/10
278,68
mar/08
263,28
mar/09
262,48
mar/10
279,70
abr/08
256,35
abr/09
260,10
abr/10
282,17
mai/08
254,84
mai/09
268,02
mai/10
289,46
jun/08
255,76
jun/09
256,64
jun/10
305,99
Média
258,21
Média
260,51
Média
274,18
Fonte: Cepea/Esalq USP – Elaboração: P1 Agência de Notícias
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