NY ACUMULA DESVALORIZAÇÃO DE 8,8% EM 4 PREGÕES CONSECUTIVOS

20 de fevereiro de 2015 | Sem comentários Cotações Mercado
Por: Fonte: Agência Estado

CAFÉ:  O mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuou ontem pelo quarto pregão consecutivo. No período, os contratos tiveram desvalorização de 8,8% (1.480 pontos).


Dois fatores pesam contra os preços: a melhora nas condições climáticas nas regiões produtoras do Brasil e a desvalorização do real em relação ao dólar.


Há muita controvérsia com relação aos efeitos da chuva nos cafezais. Alguns consideram que as águas chegam tarde demais e os estragos já estão dados.


Outra parte avalia que as chuvas têm ocorrido no verão deste ano, mesmo que abaixo da média e de forma irregular, diferentemente do observado em 2014, que foi totalmente seco e quente.


A ED&F Man apresentou ontem relatório trimestral de fevereiro no qual manteve a estimativa para a produção brasileira de café em 2015/16 em 49,5 milhões de sacas de 60 kg (33 milhões de sacas de arábica e 16,5 milhões de sacas de robusta). A produção brasileira de café em 2014/15 está projetada pela trading em 47 milhões de sacas.


A empresa projeta um déficit de 6,6 milhões de sacas de café arábica do Brasil em 2014/15, o qual será seguido de um déficit de 2,7 milhões de sacas em 2015/16, “deixando o País com pouco café em estoque de passagem”.


A trading pondera que a produtividade dos cafezais brasileiros em 2015 deve ficar aquém do potencial. “A seca de 2014 resultará em temporadas consecutivas de produtividade abaixo do esperado”, informa.


A Climatempo informa que a chuva volta a ocorrer de forma bastante isolada na semana que vem em Minas Gerais, principal Estado produtor de café.


“De maneira geral, são esperados entre 10 e 20 mm em Minas Gerais”, prevê a Climatempo.


Já entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março, as instabilidades associadas ao tempo quente e úmido são reforçadas pelo avanço de uma nova frente fria pela Região Sudeste.


Novamente, os maiores acumulados de chuva são esperados para o sul e zona da mata mineira, com acumulados entre 80 mm e 100 mm. Nas outras áreas os acumulados variam entre 20 mm e 30 mm.


O fortalecimento do dólar em relação ao real também é fator de pressão sobre os futuros de arábica. O café, cotado na moeda norte-americana, torna-se mais remunerador em reais, favorecendo o aumento da oferta do produto no exterior.


Além disso, as rolagens de posição para fora do contrato março, que entrou em período de aviso de entrega, adicionaram um pouco mais de pressão às cotações do grão. No primeiro dia de notificação de entrega do março foram notificados 70 lotes.


Os fundos de investimento vão liquidando posição comprada, apostando na queda dos preços. Hoje à tarde será divulgado relatório com posicionamento de traders da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), referente à semana encerrada em 17 de fevereiro.


No relatório anterior, da semana até 10 de fevereiro, os fundos estavam com saldo líquido comprado de 10.675 lotes, considerando futuros e opções.


Os indicadores técnicos sinalizam tendência baixista. O mercado rompeu o suporte a 154,55 cents. O próximo objetivo é 151 cents e 148 cents. A resistência é de 161 cents, mas o mercado só deve reverter inclinação acima de 172 cents.


Os futuros de arábica em Nova York trabalharam novamente no terreno negativo na maior parte do pregão de ontem. Maio/15 teve queda de 430 pontos (2,7%) e terminou a 152,65 cents por libra-peso.


A máxima foi de 157,50 cents (mais 55 pontos). A mínima alcançou 152,45 cents (menos 450 pontos).


Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro voltaram a cair ontem.


O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista, fechou a R$ 451,33/saca de 60 kg, queda de 0,88% em relação ao dia anterior.


Segundo agentes consultados pelo Cepea, as vendas continuam limitadas, pois os produtores não aceitam negociar nos atuais níveis de valores. O dólar fechou a R$ 2,8650, valorização de 0,74% no mesmo período.


As cotações externas do robusta também recuaram, influenciando os preços internos. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 303,31/saca de 60 kg, queda de 0,72% em relação ao dia anterior.


O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 295,22/saca, baixa de 0,30% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.


 

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