Segundo matéria de Célia Froufe, publicada pela Agência Estado, o presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Wagner Rossi, teria feito um alerta, hoje, após a divulgação do levantamento dos estoques privados de café no Brasil. “Os números podem estar inflados”, disse, conforme a reportagem da AE.
De acordo com dados apresentados pela estatal, os estoques privados de café do Brasil, em 31 de março deste ano, totalizavam 14,656 milhões de sacas de 60 kg, sendo 14,005 milhões de sacas referentes a café arábica e 651 mil a conillon.
No texto, Rossi argumentou que, usualmente, o estoque representa aproximadamente 25% da produção total do País, mas que, neste caso, a marca superou os 30%. “A relação de informação e mercado de café é muito melindrosa, por isso fazemos este alerta mesmo sabendo que muitos não vão gostar”, justificou.
Consoante com o presidente da Conab, como as informações colhidas pela estatal são apresentadas espontaneamente pelos agentes da cadeia, os números apresentados podem estar exagerados a fim de haver uma alteração na cotação do produto. “É muito importante ter cautela na avaliação desses dados, pois suspeitamos que o estoque não seja exatamente o que foi demonstrado aqui”, sugeriu.
Ainda segundo o texto da matéria, Rossi acredita em uma interferência dos números principalmente por parte dos exportadores, “que podem querer reduzir o preço do café a fim de adquirir um produto mais barato no mercado interno antes de vendê-lo”.
Na mesma linha de alertar o mercado, o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, também conforme a reportagem da Agência Estado, tratou os números coletados como superestimados. “Não acredito que o consumo nacional seja de 16 milhões de sacas”. Levantamento da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) projetou o consumo de 17,7 milhões de sacas em 2008.