Números da Conab, do IBGE e da Procafé para a safra 2015 apontam uma oferta apertada e a diminuição dos estoques do Brasil

BALANÇO SEMANAL — 08 a 12/06/2015

 


SAFRA 2015 DO BRASIL — Nesta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o resultado de sua segunda estimativa para a safra 2015 de café no Brasil. A estatal apontou uma safra total de 44,2 milhões de sacas de 60 kg, sendo 32,9 milhões referentes à variedade arábica e 11,3 milhões à robusta.

O Conselho Nacional do Café observa que, apesar do “massacre especulativo” criado por players
 que superestimam nossas colheitas interessados em pressionar os já aviltados preços pagos ao produtor, a Conab e o IBGE (43,2 milhões de sacas) — órgãos oficiais do Governo Federal —, assim como a Fundação Procafé (40,3 a 43,2 milhões de sacas), contratada pelo CNC, projetaram volumes muito coerentes, que giram ao redor das 44 milhões de sacas.

Essa coerência é fundamental para demonstrar ao mercado que o Brasil produzirá sua segunda safra baixa consecutiva (foram colhidas 45,3 milhões de sacas em 2014), mas que, mesmo assim, temos condições para atender às demandas interna e externa com a utilização de nossos estoques. Por outro lado, também é válido salientar que os volumes de café armazenados no País caminham, a cada dia, para níveis ainda mais reduzidos.

Nesse contexto, o CNC reitera que quem apostou em grande safra no Brasil irá se deparar com um cenário muito diferente e deverá ver sua intenção de comprar cafés a preços mais baixos, em detrimento da renda dos produtores, esvanecer-se, podendo ter que desembolsar valores mais justos e condizentes com os custos de produção dos cafeicultores mundiais, haja vista que esse tamanho da safra brasileira consolidará o déficit global de oferta projetado pela Organização Internacional do Café (OIC).

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ESTOQUES — O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, ontem (11), o resultado de sua Pesquisa de Estoques referente ao segundo semestre de 2014. A instituição apontou que o Brasil possuía 21,7 milhões de sacas de 60 kg de café armazenadas em 31 de dezembro do ano passado — 18,5 milhões de arábica e 3,2 milhões de conilon —, volume 9,7% inferior ao registrado no final de 2013.

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Do volume total armazenado no final de 2014, as 118 cooperativas de café informantes respondiam por 38,1% do total, contendo um volume de 8,3 milhões de sacas em seus armazéns. Já os demais elos do setor privado possuíam o maior montante, com 11,5 milhões de sacas estocadas, o que representou 53,3% do total.

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MERCADO – Após a valorização registrada no início da semana, os futuros do café arábica encerraram o pregão de ontem acumulando queda em relação à última sexta-feira. Os movimentos de realização de lucros foram os principais responsáveis por essa tendência.

Na ICE Futures US, o vencimento julho do Contrato C foi cotado a US$ 1,32 por libra-peso, acumulando queda de 310 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe, também se depreciaram. Na quinta-feira, o vencimento julho/2015 encerrou o pregão a US$ 1.711 por tonelada, acumulando perdas de US$ 17.

No Brasil, o dólar se desvalorizou frente ao real, devido, principalmente, aos juros mais altos no País e ao maior fluxo cambial. Ontem, a divisa norte-americana foi cotada a R$ 3,106, com queda de 1,4% em relação ao fechamento da semana anterior.

No mercado físico nacional, o ritmo de negócios continuou fraco. A queda dos preços na Bolsa de Nova York, associada à valorização do real no Brasil, resultou em perdas nos preços do café arábica. Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 422,78/saca e a R$ 294,13/saca, respectivamente, com variação de -3,3% e 0,4% em relação à última sexta-feira.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé) divulgou que as vendas externas do País apresentaram retração em maio, embora nos últimos 12 meses o volume tenha sido recorde. No mês passado, foram embarcadas 2.783.972 sacas de café verde e industrializado, representando queda de 7,7% em relação a maio de 2014. A receita cambial auferida no último mês reduziu-se em 17,4% em relação ao quinto mês do ano passado, resultando em US$ 460,817 milhões. No acumulado de junho/2014 a maio/2015, o Brasil exportou 36.697.386 sacas, correspondentes a uma receita de US$ 6,960 bilhões, com incrementos de, respectivamente, 9,42% e 34,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Também em relação ao mercado mundial, a Organização Internacional do Café divulgou em seu relatório de mercado referente a maio que o ano safra 2014/15 terminará com déficit significativo de pelo menos 8 milhões de sacas. A OIC também afirma que é muito cedo para uma estimativa mais completa para o balanço entre a oferta e a demanda de café para a temporada 2015/16.

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Atenciosamente, 


Silas Brasileiro
Presidente Executivo

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