Produtos colhidos este ano sofreram reajustes de mais de 23% nos preços
Viviane Cardoso | Brasília (DF)
Os cafeicultores não gostaram dos novos preços mínimos do café, aprovado pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo os agricultores, os custos de produção são mais altos do que os levados em conta na hora de estabelecer os valores.
Com base em levantamentos elaborados pela Conab, o Ministério da Fazenda estabeleceu que os produtos colhidos este ano tiveram reajustes de mais de 23% nos preços. A saca de 60 kg do café arábica ficou cotada em R$ 261,69, enquanto a do robusta, em R$ 156,57.
— É um preço mentiroso, porque a própria Conab dá um preço de custo, de uma saca de café, de mais de R$ 300. Portanto, eles vão ter que explicar muito bem como eles chegaram a esses R$ 261,00 — disse o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes.
Em protesto contra os novos preços mínimos do café, aprovados pelo Conselho Monetário Nacional, os cafeicultores prometem pressionar o governo para rever os valores. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, reconhece que os gastos com insumos e mão-de-obra se elevaram nos últimos meses e diz que é preciso rever a metodologia de pesquisa.
— Em tese, eu concordo que a metodologia não reflete efetivamente os custos de produção, mas nós temos questões institucionais para serem trabalhadas. Essas questões estão sendo trabalhadas para que, no máximo em 90 dias, nós possamos adotar uma nova metodologia e apresentar aquilo que nós consideramos o custo correto — concluiu Stephanes.