O reajuste de 8,84% no valor do salário mínimo, R$ 788,00 em vigor desde o
início deste mês, provocou impacto nos custos da cafeicultura. O Custo
Operacional Efetivo (COE) apresentou aumento médio de 3,15%, no caso do
café arábica, em razão dessa nova realidade, especialmente nas regiões onde
predomina o processo manual no plantio da safra. As informações constam do
boletim “Ativos do Café”, elaborado pelo Centro de Inteligência e Mercado
da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), em parceria com a Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Nas regiões onde o processo produtivo é exclusivamente manual, por exemplo, o
aumento no COE foi ainda maior, 4,81%, comparado com os valores praticados em
dezembro do ano passado. A mais forte variação do COE, entre dezembro de 2014 e
janeiro de 2015, ocorreu no município de Manhumirim, em Minas Gerais, onde o
novo valor do salário mínimo provocou incremento de 5,35% nos custos do
cafeicultor. Ao mesmo tempo, onde predominou a mecanização no sistema produtivo,
o impacto no COE foi menor, 1,84%, em média.
Produção plena – Esses números, segundo o estudo, não
levaram em conta a possível queda na produção do café arábica já esperada em
levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na safra 2013/2014.
O aumento nos custos apresentado pelo levantamento do CIM/UFLA/CNA considerou a
produção plena, sem interferência das intempéries climáticas. O estudo levou em
consideração o novo valor do salário mínimo na formação dos custos da
cafeicultura, tendo em vista a tecnologia utilizada, se mecanizada ou
manual.
Com relação aos preços pagos ao produtor, no caso do café tipo arábica, entre
janeiro e dezembro do ano passado, verificou-se ter ocorrido um aumento de
70,37% no valor recebido pelo cafeicultor. O melhor desempenho foi
observado no município de Monte Carmelo, em Minas Gerais. Naquela região a saca
de café foi comercializada R$ 265,50, em janeiro de 2014. Em dezembro o preço da
saca atingiu R$ 483,00, valorização de 81,92%.
Preços – O cenário para os preços do café arábica em 2015
ainda não está claro. Levando-se em consideração às diferentes perspectivas para
a safra 2014/2015 e a interferência de novos fenômenos climáticos, além da
produção cafeeira da Colômbia que voltou a crescer, ainda não é possível fazer
uma projeção consistente sobre os preços a serem pagos ao produtor ao longo
deste ano.
Clique aqui e confira o boletim na
íntegra