Novo presidente da Cooxupé confirma queda da produção

Se a estimativa prevalecer, a produção dos associados da Cooxupé deverá alcançar 7,2 milhões de sacas de 60 quilos, ante as 8,4 milhões de sacas do ciclo 2018/19.

02/04/2019 – A produção de café arábica deverá cair 15% em relação ao ciclo passado na área de atuação da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) na safra 2019/20, confirmou ao Valor Carlos Augusto Rodrigues de Melo, novo presidente da cooperativa mineira.

Se a estimativa prevalecer, a produção dos associados da Cooxupé deverá alcançar 7,2 milhões de sacas de 60 quilos, ante as 8,4 milhões de sacas do ciclo 2018/19. A retração refletirá a bienalidade negativa da safra 2019/20, mas também os problemas climáticos observados em áreas produtoras em janeiro, quando as temperaturas ficaram acima da média e as chuvas, abaixo. “O clima tem, sim, interferência na próxima safra, ainda que o volume de chuvas dos dois meses seguintes tenha sido bom para as lavouras”, disse.

A redução está em linha com a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra brasileira. Em janeiro, a estatal estimou um volume total entre 50,5 milhões e 54,5 milhões de sacas em 2019/20, de 11,6% a 18,1% menor que em 2018/19 (61,7 milhões).

Rodrigues de Melo avaliou, ainda, que os preços baixos do café no mercado mundial tendem a prejudicar o faturamento da Cooxupé em 2019. “Com esses preços e custos, certamente teremos impacto no resultado”, disse ele.

A cooperativa registrou faturamento de R$ 3,7 bilhões em 2018, alta de 3,2% ante 2017. Conforme Carlos Alberto Paulino da Costa, que deixou o cargo de presidente da cooperativa após quatro mandatos, o crescimento foi beneficiado pela elevada venda de fertilizantes, ainda que tenha sido prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros. “A greve afetou a cooperativa por um mês e não conseguimos recuperar o tempo perdido”.

O ex-presidente destacou, finalmente, que a Cooxupé deverá reavaliar investimentos previstos em torrefação diante desse cenário de menores preços pagos pelo produto.

Por Marcela Caetano | De São Paulo

Fonte : Valor

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