Novo Plano Safra ofusca “sobra” de R$ 12 bilhões nos bancos

8 de junho de 2012 | Sem comentários Mercado

08/06/2012
 
Novo Plano Safra ofusca “sobra” de R$ 12 bilhões nos bancos
 
 
Os R$ 12 bilhões ainda disponíveis nos bancos – do total de R$ 107 bilhões do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2011/12 destinado a agricultura empresarial – ficaram menos atraentes. Com o rumor de que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai reduzir os juros para a safra 2012/13, apenas os agricultores que planejam fazer o pré-custeio devem optar pela contratação do recurso “antigo” até o próximo dia 30. Caso reste dinheiro, será a quarta safra consecutiva que o valor disponibilizado não é consumido integralmente.


“Contratar ou não o recurso é uma decisão estratégica do agricultor. Quem está fazendo o pré-custeio pode economizar em insumos, já que o custo de produção deve aumentar”, ressalta Pedro Loyola, assessor técnico da Federação Estadual da Agricultura e Pecuária (Faep). Essa estratégia é mais lucrativa se o aumento no preço do produto for maior que a redução nos juros dos financiamentos.


Apesar do anúncio dos detalhes do Plano Safra 2012/13 estar marcado somente para o fim do mês, o governo já confirmou a ampliação de R$ 16 bilhões para R$ 18 bilhões a parcela destinada a agricultura familiar. O teto para o crédito de custeio também aumentou de R$ 50 mil para R$ 80 mil. A confirmação por parte do governo aconteceu no Grito da Terra Brasil (GTBR), principal agenda do movimento sindical do campo brasileiro, realizado no fim de maio em Brasília. “O aumento ficou dentro do esperado. Agora vamos trabalhar para que todo o valor seja utilizado pelos agricultores”, diz Ademir Mueller, presidente Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep), fazendo referência ao valor atual, que não foi contratado na totalidade.


Rumores do mercado dão conta de que o governo prevê corte de 0,5 ponto porcentual nos juros cobrados de grandes produtores, hoje em 6,75% ao ano, e de 0,25 ponto para os médios, atualmente em 6,25%. Para a agricultura familiar, as taxas variam entre 0,5% e 2% ao ano e não devem ser alteradas.


Apesar da redução, o setor esperava mais do governo, algo em torno de 1 ponto percentual de redução. A última vez que houve redução de juros para a agricultura comercial foi em 2007, de 8,75% para 6,75%.


“Ainda é uma informação extraoficial. Confirmada, apesar de toda redução ser boa, poderia ser mais ousada. A taxa básica de juros (Selic) caiu mais que isso. O governo tinha gordura para queimar”, afirma Loyola. A assessoria do Mapa não confirma a redução de juros e apenas informa que o órgão “ainda está construindo o plano com o Ministério da Fazenda”.


Ainda de acordo com o órgão, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, negocia com a presidente Dilma Rousseff o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/13 entre os dias 26 e 28 deste mês, em Brasília, após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.


Entre as reivindicações das entidades do agronegócio do Paraná está o aumento do valor do PAP para R$ 150 bilhões, sendo R$ 128 bilhões para agricultura empresarial e R$ 22 bilhões para a familiar. Na safra atual, o valor foi de R$ 107 bilhões para os produtores empresariais e R$ 16 bilhões para os familiares, totalizando R$ 123 bilhões.

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