Por José Braz Matiello, Gabriel Lacerda e André Garcia – engenheiros agrônomos da Fundação Procafé
Uma nova modalidade, mais simples e econômica, para conduzir a brotação de cafeeiros esqueletados/decotados surge da pesquisa realizada nos últimos anos. Trata-se da desbrota apical das plantas, feita de forma mecânica.
O uso de podas em lavouras de café no Brasil vem crescendo, com o objetivo de manter ou recuperar uma boa produtividade nos cafezais, combinando com a facilidade no manejo dos tratos da lavoura.
As podas menos drásticas como o decote e, especialmente, o esqueletamento ou desponte, tem sido empregadas na grande maioria das áreas podadas, pois com o uso delas os cafeeiros recuperam sua produtividade mais rapidamente.
Na execução dessas podas uma operação que tem se mostrado muito onerosa é a desbrota, em seguida à poda, para a condução das novas brotações. Ela pode ser feita de três formas – sem desbrota, condução parcial dos brotos e a desbrota total.
A desbrota parcial do topo das plantas, procurando deixar apenas alguns brotos ali crescerem, é adotada tradicionalmente pelos produtores. Porém a falta de mão de obra e seu custo alto têm levado muitos a utilizarem o sistema sem desbrota. A condução com desbrota total do topo, quando usada em longo prazo, mantendo os cafeeiros com altura constante tende a diminuir a produtividade.
O novo sistema visa obtenção de bons níveis de produtividade e, ao mesmo tempo, a redução do custo do serviço de desbrota. A parte superior da haste podada emite brotos em abundância, eles crescem e emitem ramos laterais produtivos. Ocorre que estes ramos laterais só vão produzir, na safra seguinte, em sua parte mais baixa, pois os ramos ali emitidos das brotações ortotrópicas têm tempo para amadurecer e emitir gemas florais e, consequentemente, produzirem frutos. A parte alta dessas brotações, somente produziria na safra do 2º ano. Assim, nas podas programadas – como no esqueletamento – uma nova poda que será realizada depois da safra alta, torna o crescimento superior das brotações supérfluo. E, ainda, utilizaria energias das plantas que poderiam estar sendo usadas na frutificação.
O sistema de corte das brotações apicais deve ser feito de forma mecânica, ou com a decotadeira regulada mais alta, ou com podadeiras motorizadas, ou mesmo com foice de cabo longo. O corte deve ser feito mais tarde, 4-5 meses após a poda, dando tempo para as novas brotações crescerem. O ponto ideal de corte é na altura do 6º a 8º nó do broto ortotrópico (cerca de 30 cm acima do corte original da poda), ou seja, seriam aproveitados 6-8 pares de ramos laterais para a produção do ano seguinte. Os ensaios têm mostrado que este tipo de recorte mais alto leva a uma maior produtividade e, se tratando de brotações cortadas ainda tenras, sua rebrota é insignificante, sendo necessária apenas uma operação. Ao contrário, na desbrota normal são necessárias 2-3 operações manuais.
Restam duas recomendações complementares. Primeira – é importante combinar esse tipo de condução com a poda aplicada mais alta, acima de 2m e segunda – o sistema de desbrota mecânica é bem aprovado para cafeeiros de cultivares de porte alto (MN e outros). Sua aplicação em cafeeiros de porte baixo (Catuai e outros) está em teste, parecendo que nesse caso a brotação crescendo menos não precisa ser recortada, sendo conduzida sem desbrota.
O quadro 1, aqui incluído, mostra dados de ensaio realizado para testar os sistemas de condução da brotação em cafeeiros esqueletados, evidenciando a vantagem da desbrota mecânica total, em cafeeiros de porte alto.
Quadro 1- Produtividade, na 1ª safra pós-poda, em cafeeiros da cultivar Icatu , sob diferentes sistemas de desbrota no pós esquletamento, Varginha (MG), 2015.
Uma nova modalidade, mais simples e econômica, para conduzir a brotação de cafeeiros esqueletados/decotados surge da pesquisa realizada nos últimos anos. Trata-se da desbrota apical das plantas, feita de forma mecânica.
O uso de podas em lavouras de café no Brasil vem crescendo, com o objetivo de manter ou recuperar uma boa produtividade nos cafezais, combinando com a facilidade no manejo dos tratos da lavoura.
As podas menos drásticas como o decote e, especialmente, o esqueletamento ou desponte, tem sido empregadas na grande maioria das áreas podadas, pois com o uso delas os cafeeiros recuperam sua produtividade mais rapidamente.
Na execução dessas podas uma operação que tem se mostrado muito onerosa é a desbrota, em seguida à poda, para a condução das novas brotações. Ela pode ser feita de três formas – sem desbrota, condução parcial dos brotos e a desbrota total.
A desbrota parcial do topo das plantas, procurando deixar apenas alguns brotos ali crescerem, é adotada tradicionalmente pelos produtores. Porém a falta de mão de obra e seu custo alto têm levado muitos a utilizarem o sistema sem desbrota. A condução com desbrota total do topo, quando usada em longo prazo, mantendo os cafeeiros com altura constante tende a diminuir a produtividade.
O novo sistema visa obtenção de bons níveis de produtividade e, ao mesmo tempo, a redução do custo do serviço de desbrota. A parte superior da haste podada emite brotos em abundância, eles crescem e emitem ramos laterais produtivos. Ocorre que estes ramos laterais só vão produzir, na safra seguinte, em sua parte mais baixa, pois os ramos ali emitidos das brotações ortotrópicas têm tempo para amadurecer e emitir gemas florais e, consequentemente, produzirem frutos. A parte alta dessas brotações, somente produziria na safra do 2º ano. Assim, nas podas programadas – como no esqueletamento – uma nova poda que será realizada depois da safra alta, torna o crescimento superior das brotações supérfluo. E, ainda, utilizaria energias das plantas que poderiam estar sendo usadas na frutificação.
O sistema de corte das brotações apicais deve ser feito de forma mecânica, ou com a decotadeira regulada mais alta, ou com podadeiras motorizadas, ou mesmo com foice de cabo longo. O corte deve ser feito mais tarde, 4-5 meses após a poda, dando tempo para as novas brotações crescerem. O ponto ideal de corte é na altura do 6º a 8º nó do broto ortotrópico (cerca de 30 cm acima do corte original da poda), ou seja, seriam aproveitados 6-8 pares de ramos laterais para a produção do ano seguinte. Os ensaios têm mostrado que este tipo de recorte mais alto leva a uma maior produtividade e, se tratando de brotações cortadas ainda tenras, sua rebrota é insignificante, sendo necessária apenas uma operação. Ao contrário, na desbrota normal são necessárias 2-3 operações manuais.
Restam duas recomendações complementares. Primeira – é importante combinar esse tipo de condução com a poda aplicada mais alta, acima de 2m e segunda – o sistema de desbrota mecânica é bem aprovado para cafeeiros de cultivares de porte alto (MN e outros). Sua aplicação em cafeeiros de porte baixo (Catuai e outros) está em teste, parecendo que nesse caso a brotação crescendo menos não precisa ser recortada, sendo conduzida sem desbrota.
O quadro 1, aqui incluído, mostra dados de ensaio realizado para testar os sistemas de condução da brotação em cafeeiros esqueletados, evidenciando a vantagem da desbrota mecânica total, em cafeeiros de porte alto.
Quadro 1- Produtividade, na 1ª safra pós-poda, em cafeeiros da cultivar Icatu , sob diferentes sistemas de desbrota no pós esquletamento, Varginha (MG), 2015.