As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (19) com alta de quase 200 pontos.
Essa é a segunda sessão consecutiva que os preços externos tiveram valorização. O vencimento dezembro/16, mais distante, fechou o pregão acima do patamar de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado refletiu as oscilações no câmbio e a ausência de vendas das origens produtoras.
O contrato maio/16 fechou o dia cotado a 125,85 cents/lb com alta de 185 pontos. O julho/16 teve 127,90 cents/lb e o setembro/16 anotou 129,60 cents/lb, ambos com 195 pontos de avanço. Já o vencimento dezembro/16 registrou 131,85 cents/lb com 200 pontos de valorização.
Após as atuações do Banco Central buscando a estabilidade cambial na segunda-feira, o dólar comercial recuou forte nesta terça-feira repercutindo os desdobramentos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A moeda estrangeira fechou o dia cotada a 3,528 na venda com queda de 1,92%. O dólar mais baixo acaba desencorajando as exportações da commodity pelo Brasil.
Até o dia 17 (11 dias úteis), as exportações brasileiras de café em grão totalizaram 1,254 milhão de sacas de 60 kg com receita de US$ 181,8 milhões e preço médio de US$ 144,90 por saca. Em março de 2016, os embarques registraram 2,775 milhões de sacas e em abril de 2015 foram exportadas 2,815 milhões de sacas.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, as cotações conseguiram manter um bom intervalo no pregão. “Para amanhã, rápidas operações de realizações de lucros poderão ser vistas, mas nada que tire por enquanto o viés positivo do mercado”, afirma.
Acompanhando o câmbio, os futuros do arábica na ICE chegaram a subir mais de 300 pontos no início da tarde. No entanto, as informações sobre o bom potencial produtivo do Brasil nesta temporada acabou reduzindo os ganhos no fim da sessão.
Além disso, segundo agências internacionais, a consolidação do mercado acima de US$ 1,25/lb nas últimas sessões e a ausência de vendas das origens produtoras também acabam dando certo suporte para as cotações. O Brasil, que é o maior produtor e exportador da commodity no mundo, está em período de entressafra e tem ofertado menos café no mercado nos últimos dias.
Mercado interno
Os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil seguem lentos. Os produtores preferem aguardar melhores preços com a chegada da nova safra no mercado. “Independente das volatilidades externas, o negócio café continua sem liquidez deixando os envolvidos estressados já que nada de grandioso acontece”, afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca e alta de 1,85%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 duro teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 538,00 a saca e recuo de 0,55%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,21% e saca cotada a R$ 502,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG), Espírito Santo do Pinhal (SP) e Guaxupé (MG), ambos com R$ 500,00 a saca, respectivamente, com queda de 1,96%, preço estável e alta 1,42%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com recuo de 2% e saca a R$ 490,00.
Na segunda-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 470,38 com avanço de 1,17%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em alta nesta terça-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1532,00 por tonelada com alta de US$ 7, o julho/16 teve US$ 1558,00 por tonelada e avanço de US$ 6, enquanto o julho/16 anotou US$ 1574,00 por tonelada e valorização de US$ 2.
Na segunda-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 379,71 com alta de 0,21%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas