AGRONEGÓCIO
25/08/2008
Nova tecnologia permitirá vida longa ao café arábica
25 de Agosto de 2008 – Desenvolvido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), o híbrido conhecido como obatã será um dos responsáveis pela longevidade da cafeicultura no Brasil, caso se confirme o aquecimento global. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que, com o aumento da temperatura em até 4ºC até 2100, a lavoura cafeeira terá de migrar para o Sul do País, em busca de clima ameno.
Tal evento provocaria perdas de até R$ 2,55 bilhões em 2070 com a redução de 27% na área plantada. No entanto, a variedade do IAC permitirá o cultivo nas regiões tradicionais e a ampliação da cultura para o Norte e Nordeste. “Ele suporta temperaturas de até 25ºC, enquanto para o arábica comum é necessário entre 18ºC e 23ºC”, revela Marcelo Bento Paes de Camargo, pesquisador da Área de Climatologia do IAC. Ele acrescenta que observando as regras de manejo, a nova variedade alcança produtividade de até 50 sacas por hectare com ótima qualidade nos frutos.
O pesquisador do Incaper (ES), Romário Ferrão, afirma que técnicas de manejo como irrigação e adensamento do cafezal também podem ser utilizadas para reduzir a temperatura do microclima da lavoura.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 9)(R.T.)