Mercado de Café – Comentário Semanal – de 30 de maio a 3 de junho de 2011
O comprometimento da chanceler alemã com o Euro, ratificado por um pacote adicional de ajuda a Grécia, e do outro lado números da economia americana demonstrando dificuldade em estabilizar ganhos no mercado de trabalho e na produção industrial, forçaram o dólar para baixo na curta semana que passou.
As bolsas de ações sentiram já na quarta a prévia do que seria o aumento do desemprego nos Estados Unidos, e as commodities tiveram comportamento misto em uma tentativa de refletirem mais o efeito intrínseco e menos a influência macroeconômica que sofrem.
O café negociou muito bom volume em Nova Iorque, sendo que grande parte proveniente de “spreads”.
Na quinta-feira depois de fazer uma nova mínima desde o dia 16 de fevereiro, o mercado reverteu as perdas fechando a quase US$ 8.00 centavos por libra do ponto mais baixo do pregão. Na sexta-feira a sequência de compras resultou no fechamento com alta de US$ 9.70 centavos, o que em quatro dias representou ganhos de ÙS$ 9.59 por saca no contrato de julho.
Londres ficou para trás trazendo a arbitragem para próximo de US$ 160 centavos por libra novamente. Já o arábica na BM&F firmou mais, estreitando (encarecendo) a arbitragem mais uma vez.
O motivo principal da alta parece estar ligado à um desconforto de alguns participantes em passar o final de semana vendidos com o prognóstico climático indicando dias frios para o cinturão de café no Brasil no fim desta semana. Soma-se a isto o sentimento altista que transborda da maior parte dos agentes, e então os compradores não tem outra alternativa a não ser aumentar seus níveis de oferta em um mercado carente de vendedor.
No mercado físico a movimentação parece ter ficado mais tímida, até porquê o terminal trabalhou em baixa durante a maior parte da semana. Reposição no Brasil se mantém cara, inclusive para o novíssimo, e aqueles que estão carregando café da safra corrente tem aproveitado para fechar alguns contratos FOB com diferenciais de apenas um dígito para embarque ainda no presente mês.
Muitos continuam dizendo que a demanda para os suaves continua relativamente fraca, o que creio ter relação com a limitada disponibilidade e também com o sazonal de consumo reduzido no hemisfério norte.
É bom que os fundos tenham desistido de ficar vendidos no mercado de café, desta forma o mercado futuro consegue andar um pouco mais, dando oportunidade para quem precisa vender. Digo isto pois mesmo o recente aumento do torrado e moído não parece que será suficiente para prover suporte, desta forma precisamos de um apetite renovado de compra, seja impulsionado pelo dólar mais fraco ou pelos diferenciais apertados. Por outro lado é bom ficar de olho se o frio que se espera não trouxer maiores preocupações, pois se a alta maior foi por causa disto, uma rápida reversão deve ocorrer.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting