NOVA DENÚNCIA: Relatório denuncia nos EUA trabalho escravo em plantações de café no Brasil

A pesquisa se baseou em entrevistas com os trabalhadores rurais, produtores, sindicalistas, fiscais e inspetores trabalhistas de 15 fazendas de café que apareceram na “lista negra” por exploração de mão de obra escrava do Ministério do Trabalho e Emprego

Por: EFE | Terra

14 abr 2016 –  Um relatório conjunto publicado nesta quarta-feira pela Catholic Relief Sevices (CRS, sigla em inglês), a agência internacional humanitária da comunidade católica dos Estados Unidos, e a organização Repórter Brasil denunciou situações de trabalho forçado, que qualificou de “escravidão”, em 15 fazendas produtoras de café no Brasil.


A pesquisa se baseou em entrevistas com os trabalhadores rurais, produtores, sindicalistas, fiscais e inspetores trabalhistas de 15 fazendas de café que apareceram na “lista negra” por exploração de mão de obra escrava do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil em 2013.


As entrevistas descrevem trabalhadores agrícolas “submetidos a trabalhos forçados, trabalho extenuante, condições de trabalho degradantes e servidão por dívidas”, o que o governo brasileiro considera como “condições análogas à escravidão”.


O relatório, no entanto, admite que o trabalho escravo no setor do café no Brasil “não é muito amplo”, mas também considera que “provavelmente seja maior, já que muitos casos não são denunciados”.


“Só pudemos documentar esses casos porque o Brasil tem leis trabalhistas progressivas, uma forte imposição da legislação e um profundo compromisso com a transparência. Não devemos punir o Brasil por tornar esta informação disponível; devemos agradecê-lo”, disse o porta-voz da CRS, Michael Sheridan.


As condições descritas pelos inspetores em um sítio incluem jornadas de trabalho de 11 horas, casas sem banheiros e contêineres para o lixo, e água de cor amarelada, não apta para o consumo humano.


Os trabalhadores em cinco das fazendas denunciadas foram vítimas de servidão por dívidas e não tinham permissão para sair das propriedades em que trabalhavam devido às despesas contraídas com alimentação, viagens, equipamentos e alojamento.


Os investigadores advertiram que “práticas similares” foram documentadas em outros países produtores de café.

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