fonte: Cepea

Nova bolsa de commodities deve operar em 2013

2 de fevereiro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

02/02/2012 
  
 
 
Por João Villaverde, Tarso Veloso e Fábio Pupo | De Brasília e São Paulo


O governo deve fechar o projeto para impulsionar a negociação de derivativos de commodities até o início de 2013. A ideia da equipe econômica, segundo apurou o Valor, é ter tudo funcionando (seja uma nova bolsa, especializada em commodities, seja um “aprimoramento” de operações na BM&FBovespa) até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff.


Conforme antecipou ontem o Valor, a equipe econômica estuda constituir uma “Bolsa de Derivativos de Commodities” para impulsionar a negociação de contratos futuros de produtos básicos, aos moldes do que faz a Bolsa de Chicago (EUA), e a Bolsa de Zhengzhou (China). A presidente está preocupada com o desempenho das exportações de commodities, que sustentam o saldo comercial brasileiro há mais de dez anos – a tendência de queda nos preços, depois de anos em alta, deixa a equipe econômica em alerta.


Além do mercado internacional começar 2012 instável, a produção nacional nesta safra deve ser menor do que a de 2011. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a produção nacional de grãos na safra 2011/2012 deve ser de 158,4 milhões de toneladas – resultado 2,8% menor do que as 162,9 milhões de toneladas registradas no ciclo 2010/11, quando um novo recorde de produção foi estabelecido. A queda pode afetar tanto as exportações quanto o abastecimento interno, resultando em um aumento no preço dos alimentos.


A notícia surpreendeu “de forma positiva” o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. “Vi a notícia hoje. Me surpreendeu de forma positiva. Vejo como música para meus ouvidos”, disse ele, ontem em São Paulo, embora não tenha comentado especificamente o papel que a BM&FBovespa poderia desempenhar em um novo modelo de negociação. Para Pinto, a ideia pode resolver “o problema” da falta de liquidez do mercado de commodities. Atualmente, a bolsa paulista negocia derivativos de etanol, milho, café e gado.


O Ministério da Agricultura se posicionou favorável à criação da bolsa. Apesar de ainda não ter sido consultado sobre o assunto, o secretário-executivo da Pasta, José Carlos Vaz, diz que o ministério está “à disposição” da equipe econômica para discutir o tema. “Somos favoráveis ao crescimento do mercado de commodities futuras no Brasil e podemos ser o centro mundial de formação de preços de diversos produtos”, disse Vaz.


Para Antônio Márcio Buainain, especialista em política agrícola e professor da Unicamp, a ideia da equipe econômica é “salutar”, uma vez que no Brasil o produtor está muito afastado do mercado financeiro. “A Bolsa de Chicago funciona como um instrumento de redução da volatilidade, algo muito importante para os produtores”, diz. Segundo ele, o trabalho principal do governo será o de convencer produtores, tradings e investidores a negociarem derivativos de commodities no Brasil.

Mais Notícias

Deixe um comentário

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Nova bolsa de commodities deve operar em 2013

02/02/2012 
  
 
Por João Villaverde, Tarso Veloso e Fábio Pupo | De Brasília e São Paulo  | Valor Econômico


O governo deve fechar o projeto para impulsionar a negociação de derivativos de commodities até o início de 2013. A ideia da equipe econômica, segundo apurou o Valor, é ter tudo funcionando (seja uma nova bolsa, especializada em commodities, seja um “aprimoramento” de operações na BM&FBovespa) até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff.


Conforme antecipou ontem o Valor, a equipe econômica estuda constituir uma “Bolsa de Derivativos de Commodities” para impulsionar a negociação de contratos futuros de produtos básicos, aos moldes do que faz a Bolsa de Chicago (EUA), e a Bolsa de Zhengzhou (China). A presidente está preocupada com o desempenho das exportações de commodities, que sustentam o saldo comercial brasileiro há mais de dez anos – a tendência de queda nos preços, depois de anos em alta, deixa a equipe econômica em alerta.


Além do mercado internacional começar 2012 instável, a produção nacional nesta safra deve ser menor do que a de 2011. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a produção nacional de grãos na safra 2011/2012 deve ser de 158,4 milhões de toneladas – resultado 2,8% menor do que as 162,9 milhões de toneladas registradas no ciclo 2010/11, quando um novo recorde de produção foi estabelecido. A queda pode afetar tanto as exportações quanto o abastecimento interno, resultando em um aumento no preço dos alimentos.


A notícia surpreendeu “de forma positiva” o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. “Vi a notícia hoje. Me surpreendeu de forma positiva. Vejo como música para meus ouvidos”, disse ele, ontem em São Paulo, embora não tenha comentado especificamente o papel que a BM&FBovespa poderia desempenhar em um novo modelo de negociação. Para Pinto, a ideia pode resolver “o problema” da falta de liquidez do mercado de commodities. Atualmente, a bolsa paulista negocia derivativos de etanol, milho, café e gado.


O Ministério da Agricultura se posicionou favorável à criação da bolsa. Apesar de ainda não ter sido consultado sobre o assunto, o secretário-executivo da Pasta, José Carlos Vaz, diz que o ministério está “à disposição” da equipe econômica para discutir o tema. “Somos favoráveis ao crescimento do mercado de commodities futuras no Brasil e podemos ser o centro mundial de formação de preços de diversos produtos”, disse Vaz.


Para Antônio Márcio Buainain, especialista em política agrícola e professor da Unicamp, a ideia da equipe econômica é “salutar”, uma vez que no Brasil o produtor está muito afastado do mercado financeiro. “A Bolsa de Chicago funciona como um instrumento de redução da volatilidade, algo muito importante para os produtores”, diz. Segundo ele, o trabalho principal do governo será o de convencer produtores, tradings e investidores a negociarem derivativos de commodities no Brasil.

Mais Notícias

Deixe um comentário

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.