NICARÁGUA PODE PRODUZIR MAIS CAFÉS ESPECIAIS, APONTA ESTUDO.

18 de fevereiro de 2010 | Sem comentários Origens Cafeeiras Produção


18/02/2010 SAFRAS – Ainda que a Nicarágua tenha potencial para exportar ao menos 30% de sua produção de café como grão especial, apenas 17% de sua safra é vendida com essa classificação de qualidade. O incorreto manejo no ciclo produtivo do café, desde que o grão é plantado até a colheita na lavoura, assim como a falta de financiamento e a carência de uma infra-estrutura adequada nas propriedades, são algumas razões que limitam a capacidade produtiva dos produtores.


Tais asseverações estão apresentadas em um estudo realizado pela Associação de Cooperativas de pequenos produtores de café da Nicarágua, a Cafenica, e do Ciat (Centro Internacional de Agricultura Tropical), em aliança com organizações de produtores, como a Promotora de Desenvolvimento Cooperativo e União de Cooperativas de Serviços Múltiplos do Norte, com o apoio da Funica (Fundação Nicaragüense para o desenvolvimento Tecnológico Agropecuário e Florestal). Danilo Saavedra, diretor de operações do Funica e responsável pela pesquisa, apontou que a “Nicarágua tem suficientes condições geográficas, principalmente em altitude e clima, para produzir cafés especiais.


No entanto, as zonas mais propícias para contar com bons cafés não estão explorando esse potencial”, disse. Mostra disso, segundo Saavedra, é que os produtores dessas regiões, principalmente Las Segovias, estão alcançando uma média de 75 pontos na análise de qualidade que são realizadas com fórmulas de medição aprovadas pela Associação de Cafés Especiais da América. Nessa análise são avaliados fatores como aroma, sabor, after taste, acidez, corpo, uniformidade, doçura, entre outros. “O problema na produção de café está baseado no momento da pós-colheita, no qual se perde a qualidade por se apostar em práticas que não são corretas”, sustentou o especialista.


 Saavedra assinalou que outras dificuldades são apresentadas no momento da colheita e na armazenagem do grão, não existindo, por exemplo, uma seleção e classificação uniforme dos grãos. Para que o café seja classificado como especial, se requer que o grão analisado supere ao menos 80 pontos da escala SCAA. Para este ano se estima que a produção de café do país alcançará 1,8 milhão de quintais (1,38 milhão de sacas), segundo cálculos preliminares de entidades locais.


Para Saavedra, ainda é necessário efetuar uma forte capacitação dos produtores sobre poda, manejo de fertilizantes e manejo agronômico das plantações. “Há falta de assistência técnica, há falta de financiamento, há falta de tecnologia para melhorar a qualidade de nossa produção de cafés especiais e orgânicos”, complementou.


 

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