Genebra – O mundo terá de se acostumar com preços mais altos dos alimentos nos próximos anos e parte da culpa seria da decisão dos Estados Unidos de converter milho em etanol. O alerta é da Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, e que anunciou ontem seus resultados financeiros para o primeiro semestre de 2007, atingindo vendas de US$ 42 bilhões.
Em apenas seis meses, a gigante suíça vendeu mais que toda a exportação agrícola do Brasil no período, que chegou a US$ 32 bilhões. O resultado da Nestlé foi tão positivo que acabou limitando as perdas das bolsas européias ontem, em mais um dia de turbulência nos mercados. As ações do grupo suíço apresentaram altas de 9,5% em apenas um dia.
Segundo a empresa, porém, a elevação nos preços das commodities deverá atingir o desempenho da multinacional no segundo semestre, quando os valores dos principais ingredientes dos produtos vendidos pela Nestlé começarão a ser calculados na fabricação dos alimentos. Leite, cacau, café, milho e açúcar são alguns dos principais itens nos produtos da Nestlé que, nos últimos meses, vêm sofrendo uma alta no mercado internacional.
Patamar
Para a Nestlé, a boa notícia é que, no final de 2007 e 2008, o aumento dos preços das commodities não será tão pronunciado como nos últimos meses. O problema é que permanecerão em um nível acima do que existe hoje. “Nossa avaliação é que os preços de commodities vão se estabilizar entre este ano e o próximo, mas em um patamar mais elevado”, explicou François-Xavier Perroud, diretor de comunicações do grupo.
Diante desse cenário, a Nestlé acredita que não ficará isenta das conseqüências dessa alta e os custos de produção podem acabar aumentando. (Agência Estado)