Publicação: 19/01/07
A Nestlé SA, pressionada por ambientalistas, anunciou que aumentará as investigações sobre o café que compra da Indonésia para garantir que não adquirirá grãos cultivados ilegalmente em um parque nacional localizado na ilha de Sumatra. Os agricultores da reserva de Bukit Barisan Selatan, que é área de proteção ambiental, estão plantando café na região e colocando em risco a fauna e a flora nativas e as florestas, disse a ONG World Wildlife Fund (WWF) em relatório divulgado na quinta-feira. Grãos plantados ilegalmente são misturados ao café cultivado legalmente e vendidos para compradores estrangeiros, entre os quais a Nestlé, que é a maior empresa alimentícia do mundo, disse o WWF.
“A Nestlé nunca compra, de forma intencional, café de fornecedores duvidosos”, segundo comunicado da empresa, sediada em Vevey, na Suíça. A empresa vinha conversando com o WWF “sobre como evitar as compras de café cultivado ilegalmente, aumentar a produção do café cultivado de maneira sustentável e restaurar o habitat selvagem do parque”. A Indonésia, país que é o quarto maior produtor e exportador mundial de café, colhe cerca de 500 mil toneladas da commodity por ano, das quais 65% são vendidas no exterior.
A reserva abriga algumas das espécies mais raras do mundo, entre as quais os tigres e rinocerontes de Sumatra. Cerca de metade dos grãos de café produzidos pela Indonésia, país localizado no Sudeste Asiático, é exportada por meio do porto de Lampung, ao sul de Sumatra, que fica próximo ao parque nacional.
Os produtores locais estão utilizando 45 mil hectares de terras da reserva para cultivar mais de 19,6 mil toneladas de café por ano, disse o relatório do fundo. “As empresas perceberam o problema ambiental”, disse Nazir Foead, diretor do setor de engajamento corporativo e de políticas para a Indonésia do WWF. Ele acrescentou que as empresas devem monitorar suas compras para não adquirir café produzido ilegalmente.