Nespresso já tem mais de 190 concorrentes

10 de abril de 2015 | Sem comentários Consumo Torrefação

Valor Econômico
02/04/15


A Nespresso, uma das boas fontes de lucros do grupo Nestlé, admite que a concorrência está cada vez mais acirrada num mercado internacional de café em cápsulas em plena expansão e afina sua reação.


Criadora desse mercado, a companhia informou ao Valor que está agora competindo contra mais de 190 diferentes produtores em torno do mundo, dos quais 150 dizem que suas cápsulas são compatíveis com as máquinas Nespresso.


Somente no Brasil, mercado que considera de enorme potencial de crescimento, a empresa conta com mais de 15 competidores nesse segmento de alto valor agregado.


O grupo americano Mondelez International, detentor das marcas Carte Noire e Jacque Vabre, e o holandês Douwe Egberts (Senseo e L’Or Espresso) são apontados por especialistas como os rivais mais ameaçadores.


Paralelamente ao aumento da concorrência, o mercado também se expande. A categoria de café em cápsulas cresceu mais de 10% entre 2013 e 2014, segundo a consultoria Nielsen.


“Estamos bem posicionados para capitalizar isso e nos beneficiar da crescente sensibilização dos consumidores”, afirma Diane Duperret, porta-voz da Nespresso .


Constatando o aumento de concorrentes quase a cada mês, a Nespresso estima que está criando um sofisticado mercado internacional de café em porções. A empresa diz confiar que sua inovação vai diferenciá- la, enquanto os competidores “vão crescentemente ser forçados a competir entre eles nas prateleiras de supermercados”.


A empresa está lançando novos “grand crus” com edição limitada, como o Monsoon Malabar, vem instalando butiques automáticas de café em algumas capitais e vai inaugurar na semana que vem o seu primeiro salão de café em Viena, na Áustria.


A Nespresso faz um verdadeiro desafio à rede americana Starbucks, com seu salão de café primeiro na capital austríaca e mais tarde em Londres. Para isso, juntou forças com o grupo austríaco de serviços de alimentação Do & Co, de boa reputação em confeitaria.


A empresa quer impulsionar também o consumo de seu café em taça, em vez de xícara, de forma que o produto seja apreciado como um bom vinho. Depois de muita pesquisa, fez um acordo com o produtor austríaco Riedel para fabricação de duas taças consideradas apropriadas para “maximizar o nariz e o sabor”.


Criada em 1986, a Nespresso decolou realmente no início dos anos 2000 com “grand crus”, como qualifica as variedades de café, que hoje são 23, e anúncios com o ator americano George Clooney.


Após crescimento do faturamento de 29% em 2009, a taxa de expansão caiu para 14% em 2013, segundo Jean-Philippe Bertschy, analista do Bank Vontobel, de Zurique. Ainda é enorme. Em 2014, o faturamento, que a empresa não revela, teria alcançado 4,9 bilhões de francos suíços, ou quase 5% das vendas totais da Nestlé, de 91,6 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 94,7 bilhões). A margem operacional é de cerca de 30%, de dar inveja a muitos setores.


Hoje uma verdadeira multinacional, a Nespresso vende 9 bilhões de cápsulas por ano no mundo, das quais 1 bilhão na Suíça, segundo cálculos de analistas, que a empresa não comenta.


Um dos novos concorrentes, a marca La Semeuse, da Suíça, reconhece que a Nespresso continuará líder mundial do segmento, mesmo se sua parte do mercado cair a 70% do total vendido.


A empresa é uma entidade autônoma dentro do grupo Nestlé, administrando suas operações de forma independente, desde o abastecimento de matérias-primas até chegar ao consumidor.

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