14/04/10
Chegada de novas cápsulas ao mercado deve beneficiar produtores brasileiros de café
Em torno de 30% a 35% das cápsulas de Nespresso – independentemente do sabor – são abastecidas com café do cerrado mineiro. A informação é de Joaquim Libanio, superintendente de mercado externo da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé ), uma das maiores exportadoras brasileiras de café.
Do cerrado mineiro para Vevey, na Suíça, a Cooxupé estabeleceu- se como uma das principais
Fornecedoras mundiais de café para a Nespresso. Como a cooperativa não assinou acordo de exclusividade de fornecimento de café para a Nestlé, ela está livre para vender a commodity para outros fabricantes como a Sara Lee, por exemplo. Libanio, no entanto, não revela se está abastecendo concorrentes da Nespresso.
Sobre a produção de cápsulas genéricas por novos competidores, o superintendente não acredita que a marca suíça perderá participação de mercado.
\”O café Nespresso é resultado de um programa de ponta finíssimo, com total rastreabilidade.
Trata-se de uma marca estabelecida como uma Mercedes-Benz. De repente, pode até ser que o Casino chegue ao mercado com uma cápsula comparativamente igual a um Rolls-Royce, mas acho difícil\”, diz Libanio.
Uma fonte próxima da direção da Nespresso afirma que a empresa acredita que perderá um pouco de participação no curto prazo, mas que conseguirá reestabelecer sua posição no médio e longo prazos, por conta da qualidade e dos sabores do seu produto.
A oferta de cápsulas genéricas, no entanto, deverá gerar benefícios para os produtores de café premium, que terão mais espaço para vender o item de maior valor agregado do segmento. \”Agora, os produtores terão acesso a novos compradores, o que trará aumento de ganho para eles\”, acredita Gil Carlos Barabach, analista de mercado da consultoria Safras & Mercado.
Ele explica que a categoria de café premium é o \”filé mignon\” do mercado de café e uma das que mais cresceram nos últimosanos. ■ F.T.