Nematóides do café

O cafeeiro é atacado por várias espécies de nematóides. As mais freqüentes são Meloidogyne incognita, M. exigua, M.coffeiocola e Pratylenchus.


A espécie mais importante no Brasil é M. incognita, que ocorre com maior gravidade em regiões de solos arenoso, em São Paulo, no Paraná e algumas áreas do Sul de Minas. Esse nematóide afeta drasticamente o sistema radicular do cafeeiro, causando necrose e rachaduras, com aspecto de cortiça, reduzindo a absorção de água e nutrientes pela planta. Causam acentuada redução e o enfraquecimento das plantas tornando-as anti-econômicas; muitas plantas chegam a morrer. M. incognita tem muitas plantas hospedeitas, como algodão, batata, fumo, feijão, soja, girassol, sorgo, milho, beldroega, guanxuma, mentrasto, maria pretinha, falsa serralha e capim pé-de-galinha, o que dificulta o emprego de rotação de culturas.


M. exigua é uma espécie menos agressiva, que causa pequenas galhas nas raízes do cafeeiro, reduzindo a produção, sem contudo causar depauperamento acentuado da lavoura.


Os nematóides se disseminam principalmente pelo uso de mudas de café atacadas, pelas enxurradas que levam o solo infestado de uma área para outra e pelos implementos agrícolas que podem espalhar o solo contaminado com ovos e larvas.


As medidas de controle, economicamente viáveis, devem ser preventivas, compreendendo:


  • Seleção de áreas não infestadas para o plantio;
  • Uso de variedades resistentes;
  • Conservação do solo, para reduzir a disseminação;
  • Uso de adubação verde, como Crotalaria spectabilis (planta armadilha);
  • Uso de práticas agrícolas que movimentem pouco o solo (capinas com herbicidas, por exemplo).

Em áreas infestadas por M. incognita a solução ideal é o uso de variedades resistentes ou de mudas enxertadas sobre essas variedades. Em lavouras adultas é impraticável sob o ponto de vista econômico realizar aplicações de nematicidas, por já estarem as raízes primárias bastante comprometidas, com difícil recuperação.


Quanto aos viveiros, além do expurgo do substrato, deve-se localizá-los longe de lavouras ou águas infestadas, protegendo-os contra as enxurradas, evitando-se o trânsito de pessoas vindas de áreas infestadas e usando-se sempre terras de áreas não contaminadas.


Plantio com mudas enxertadas, usando como cavalo o cultivar IAC APOATÃ, de café robusto, e como enxerto as variedades comerciais de café arábico.


Fonte: Tulha Agro Informações – www.tulha.com.br

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

NEMATÓIDES DO CAFÉ

Os
nematóides são pequenos vermes que atacam as raízes do cafeeiro, sendo que as
espécies mais freqüentes são: Meloidogyne incognita, M. exigua, M.
paranaensis, M. coffeicola, M/ hapla, M. arabicidae e M. arenaria, Pralylenchus
brachiurus e P. coffea, Xiphinema krugi, Helycotilenchus dihistera, Aphalenchus
sp e Criconemoides sp.


A espécie de maior importância no Brasil é
Meloidogyne incognita, que ocorre com maior gravidade nas regiões de solo
arenoso, no Paraná e São Paulo, assim como em áreas restritas no Sul e
Alto-Paranaíba em Minas Gerais. Outras áreas de solo arenoso (como Oeste da
Bahia) são potenciais para o ataque desse nematóide. M. incognita afeta
drasticamente o sistema radicular do cafeeiro, onde causa necroses e rachaduras,
ficando as raízes com aspecto de cortiça, reduzindo sua absorção de água e
nutriente, afetando o desenvolvimento e a produção das plantas, que se tornam
fracas, depauperadas e chegam até a morrer, já que o nematóide destrói até as
raízes principais (sistema radicular grosso). As lavouras atacadas tornam-se,
gradativamente, anti-econômicas, acabando por ser erradicadas e geralmente
substituídas por outras culturas. Esse nematóide possui várias raças (4-5 já
identificadas), o que dificulta o trabalho de seleção de variedades tolerantes.
Uma das raças tidas como M. incognita foi recentemente caracterizada como
uma nova espécie, M. paranaensis.

Meloidogyne exigua é uma
espécie que causa pequenas galhas no sistema radicular fino do cafeeiro,
causando menores perdas de produção e não chegam a depauperar a lavouras em
médio prazo, podendo haver uma convivência com esse nematóide, sem necessidade
de erradicar a lavoura, a curto prazo. Ocorrem problemas sérios em plantios
feitos sobre áreas de cafezal velho, infectado. Essa espécie encontra-se
presente em todas as regiões produtoras, com exceção daquelas de café
Robusta/Conillon, resistentes a esse nematóide. Algumas áreas de café Conillon
foram constatadas com ataque de M. paranaensis

M. incognita
tem amplo espectro de hospedeiros, sejam plantas cultivadas (algodão, batata,
feijão, fumo, girassol, milho, mamona, sorgo, soja etc.), sejam árvores de
proteção, como a Grevillea e o Kiri, ou ervas daninhas no meio do cafezal (capim
pé-de-galinha, falsa-serralha, maria-pretinha, beldroega, mentrasto etc), o que
dificulta o controle através de rotação de culturas, pois a população da praga
pode manter-se na área tendo como hospedeiro essas plantas.

A
disseminação dos nematóides pode ocorrer através de mudas de café e de plantas
de sombra infestadas, através de enxurradas e pelo trânsito de implementos
agrícolas, que levam o solo infestado (com ovos e larvas) para outras áreas,
assim como os trabalhadores, que transferem solo infestado, agarrado às botas,
nos dias de chuva.

M. coffeicola, uma espécie considerada
inicialmente muito grave, já que danifica o sistema radicular primário do
cafeeiro, teve sua importância reduzida, face ao seu pequeno espectro de
hospedeiros e à sua baixa permanência na área, sendo suficiente a rotação de
culturas, em curto prazo, para acabar com o problema.

Não se conhece bem,
nas condições da cafeicultura brasileira, a importância das demais espécies de
nematóides aqui citadas. Na Colômbia e América Central, Pratylenchus
ocorre com gravidade, e na Costa Rica ocorre a associação de ataque de
Meloidogyne com fusariose, dando a doença chamada de “corchosem”, que é
provável estar ocorrendo em cafezais em nossas condições, conforme observação
efetuada em cafezais no Sul de Minas, associação bem conhecida em outras
culturas no Brasil (em pimenta-do-reino, maracujá etc.).


 


 


NEMATÓIDES


 


Os
nematóides assumem importância destacada na cafeicultura nacional. Normalmente o
ataque ocorre em
reboleiras, sendo a sintomatologia da parte
aérea mais evidente no período seco, devido à menor circulação de seiva e menor
quantidade de água disponível no solo.


Esses
nematóides apresentam ataque mais severo em regiões de solo arenoso, bem como em
solos já degradados, com nível baixo de matéria orgânica. Essas degradações
provocam mudanças na biologia do solo, que podem favorecer o aumento das
populações destas espécies.


A
espécie de maior importância é Meloidogyne incognita que,  pela
agressividade dos ataques, ocasionam redução na  produção e muitas vezes a
morte das plantas.


Seguem-se, em importância, as espécies M. exigua e M.
coffeicola
, que também reduzem a produção.


 


M.
exigua

: ocorre em todas
as regiões cafeeiras do Brasil principalmente nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.


Admite-se a existência de duas ou três raças fisiológicas desta espécie,
afetando variedades de Coffea arábica, bem como outras culturas : chá, pimentão,
melancia, cebola e outras culturas e importância econômica.


 Produz pequenas galhas nas raízes dos cafeeiros, facilmente
visíveis, que entretanto podem passar despercebidas quando as raízes sofrem
dissecamento. As plantas infestadas apresentam o sistema radicular reduzido e às
vezes fendilhadas. A parte aérea pode apresentar-se decadente com folhas
cloróticas e queda de folhas, principalmente em períodos de seca e frio.


 


M.
incognita
:
constatada atacando cafeeiros arábica nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas
Gerais, além de numerosas progênies de outras espécies de gênero
Coffea.


No
Espírito Santo aparece atacando cafeeiros robusta e não os arábicas. Existem
constatadas 4 – 5 raças deste nematóide. As galhas produzidas por esta espécie
são menores que as do M. exigua. As raízes se apresentam engrossadas, com
rachaduras e com o aspecto de cortiça. Esse sintoma aparece ao longo das raízes,
intercalado com partes sadias. Clorose e depauperamento geral da planta são
observados.


O M.
incognita esta sendo considerado como nematóide que causa maiores prejuízos à
cafeicultura; além disso foi também constatado que este nematóide é problema em
inúmeras outras culturas como : abóbora, algodão, feijão, trigo, etc.



foi constatado até o presente o seu ataque nas seguintes ervas daninhas na
região do Paraná, tais como : capim pé de galinha, maria pretinha, fedegoso,
marmelada de cavalo, mentrasto. É provável que futuramente esta lista seja
ampliada. Como podemos notar não é fácil fazer rotação de culturas com café
infestado de M. incognita


 


A
d
isseminação dos nematóides do gênero Meloidogyne através da própria
locomoção ( na fase de larvas ) é lenta, sendo que os processos normais de
cultivo das lavouras podem contribuir para acelerar a disseminação através de
:


 


a)
Mudas infestadas : muito perigosas devido a distância que podem ser
transportadas pelos cafeicultores.


 


b)
Água da chuva : as enxurradas provenientes de estradas ou formadas na própria
lavoura podem arrastar junto com as partículas do solo as larvas e os ovos, que
em condições propícias contaminam os cafeeiros sadios.


 


c) Os
implementos agrícolas e seus operadores em suas movimentações, de lavouras
infestadas para a sadia, podem acelerar a disseminação do solo
contaminado.


 


d) O
plantio de mudas de Kiri ou de outras essências, que estejam contaminadas com
nematóides nocivos ao cafeeiro, para quebra ventos ou em beira de carreadores,
pode contaminar as lavouras de café, principalmente o kiri, pois resta essência
é multiplicada vegetativamente ( seções de raízes ) e já se constatou nela
ataque de M. incognita e M. arenaria.


 


 


Fontes:


 Cultura de Café no Brasil Novo Manual de Recomendações
(Matiello, Santinato, Garcia, Almeida e Fernandes).


Agro Byte –  http://www.agrobyte.com.br/

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.