Não podia ter sido pior a entrada do mercado cafeeiro no mês de março

À ESPERA DA BONANÇA; SERÁ QUE VEM?

Não podia ter sido pior a entrada do mercado cafeeiro no mês de março. Nas bolsas de Nova Iorque, Londres e São Paulo, o contrato maio — o mais negociado — despencou 5,5%, 6,0% e 2,4%, respectivamente. A incerteza quanto ao término da crise mundial e a perspectiva de uma recessão, fator que impacta negativamente na demanda por commodities, deram o tom do dia, com os fundamentos mais uma vez sendo desconsiderados.

Ontem, o pessimismo foi gerado pela divulgação de que a seguradora AIG (American International Group) teve seu maior prejuízo da história no último trimestre do ano passado: US$ 61,7 bilhões. Não obstante, o HSBC — principal rede de bancos da Europa — anunciou que seu lucro anual caiu 70% em 2008, o que lhe motivou a anunciar o corte de 6.100 empregos nos EUA, onde a instituição registrou seu pior desempenho.

Visto o cenário supracitado, podíamos ter uma visão positiva e pensar que após a tempestade sempre vem a bonança. Entretanto, segundo um analista consultado pelo BLOG DO CAFÉ, o mercado cafeeiro internacional, principalmente em Nova Iorque, pode recuar ainda mais nesta terça. “Tecnicamente, os vencimentos estão baixistas, uma vez que foi rompido o suporte de 108 centavos e o mercado está muito próximo do suporte seguinte, que é a 105 centavos. Se ele for rompido, uma busca por 102 e 100 centavos, consecutivamente, será iniciada”, explicou.

Além disso, ele analisou que, se o cenário financeiro continuar baixista, o café vai acompanhar, independente dos fundamentos permanecerem firmes. “Os fundamentos do mercado de café continuam intactos e positivos. Em 2009, a oferta diminuirá devido à menor safra no Brasil e aos problemas climáticos que enfrentaram a Colômbia e os paises da América Central. Porém, se permanecer a volatilidade e a pressão no mercado financeiro, não há o que segure as cotações do café”, concluiu.