Na Saudi Food, importadores pedem café e carne do Brasil

Por: ANBA

22/05/2013
 
Na Saudi Food, importadores pedem carne do Brasil
Visitantes da feira que ocorre em Jeddah, na Arábia Saudita, procuram carne bovina, de frango e até café. Embargo, porém, impede negócios.
 
08h46
Marcos Carrieri


São Paulo – Os importadores árabes que visitam a 18ª Feira Saudi Food, Hotel & Hospitality, em Jeddah, na Arábia Saudita, querem comprar carne bovina brasileira, mas esbarram no embargo ao produto. Uma solução está sendo negociada e o mercado poderá ser reaberto nos próximos meses. Os sauditas que vão ao estande da Câmara de Comércio Árabe Brasileira também buscam carne de frango e café. Com a Câmara Árabe, estão na feira a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (Cibal Halal) e a Sunfield General Trading.



De acordo com o executivo de negócios internacionais da Câmara Árabe, João Paulo Paixão, os sauditas querem comprar carne bovina brasileira e estão atrás de informações sobre quando será suspenso o embargo aplicado pelo país ao produto. “Eles dizem que estão pagando caro pela carne australiana ou então compram carne de búfalo da Índia, que são as opções ao produto brasileiro”, disse Paixão.


No fim de 2012, o Ministério da Agricultura revelou que uma vaca portadora do agente causador do “mal da vaca louca” morreu em 2010, sem desenvolver a doença. Neste ano a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) manteve o status de “risco insignificante” para a carne brasileira. Mais de dez países, como Líbano, Catar e Arábia Saudita, suspenderam a compra do produto. Funcionários do Ministério da Agricultura têm feito reuniões com estes países para acabar com o embargo. Ainda assim, as exportações de carne cresceram em 2013.


Na segunda-feira (20), o gerente de relações governamentais da Câmara Árabe, Tamer Mansour, e funcionários da embaixada do Brasil na Arábia Saudita, se reuniram com representantes da Autoridade Saudita de Alimentos e Medicamentos (SFDA, na sigla em inglês) para negociar a solução do embargo. “Este encontro foi essencial. Nele, ficou decidido que em setembro uma delegação saudita irá visitar as plantas brasileiras que produzem a carne exportada para a Arábia Saudita e este embargo, então, será suspenso”, afirmou Mansour. Na reunião, da qual participaram a Cibal Halal, a Ubabef e a Abiec, foram tratados outros temas, como documentação exigida das unidades brasileiras produtoras de carne para exportar aos sauditas.


Outros interesses


De acordo com Paixão, os sauditas também querem comprar frango brasileiro, produto do qual o país árabe já é um grande cliente do Brasil, e café. “Eles mostraram muito interesse pelo café e disseram que querem mais frango. Há oportunidades para empresas brasileiras de médio porte, além daquelas grandes que já estão consolidadas aqui”, disse Paixão. As oportunidades no país não se restringem ao setor alimentício, afirmou o executivo de negócios.


“Os sauditas não têm muito conhecimento daquilo que o Brasil produz. Eles não sabem que exportamos muitos produtos além das commodities. Eles têm projetos grandes de diversificação da economia, especialmente nos setores de infraestrutura e transportes e há oportunidades a ser exploradas”, disse Paixão, que participou com Mansour de uma reunião na Câmara de Comércio e Indústria de Jeddah. Ele afirmou que em breve o governo saudita abrirá licitações de obras públicas das quais empresas brasileiras poderão participar. Paixão também disse que existe a chance de que sejam realizados negócios no médio prazo a partir das consultas feitas na Saudi Food. A feira termina nesta quarta-feira (22). 

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